Saturday, December 31, 2011

Kojiro



Ahh.. o kojiro, em meu cotidiano de férias, de “sem nada pra fazer” lembrei deste blog que por muitos anos contando mais esse 2011, foi motivo de muitas brigas, risos e viajens ao que não fazíamos idéia que podíamos ir. Esse que apesar de muitos adjetivos e conceitos se tornou o símbolo de nossa amizade, afinal, o kojiro não é algo de um e sim de vários , e como ser criado através de muitos, sua personalidade é abrangente. Esse blog que existe dês de 2006 e que anda meio apagado, pois convenhamos nosso tempo com 16 anos era bem maior e a vida parecia muito mais simples e o futuro ainda muito longe, não querendo dizer é claro que vivemos muito e já sabemos tudo, nem que não temos tempo nenhum pra postar. Lógico que não, mas agora com todos com certos aspectos da vida encaminhados a vida parece um pouco mais banhada de responsabilidades do que propriamente descobertas.

Viver é se surpreender, enganado é aquele que acha que já viram de tudo na vida, podemos viver 300 anos e se surpreender novamente, mas já passamos pela “casca do alho” como diz a gíria, estamos mais preparados, o que me surpreendia muito, hoje passa como um simples fato.

Bom, já é ano novo em alguns países, e o mundo não acabou, afinal de contas não foi uma perda de tempo ter ficado estudando em vez de sair viajando gastando meu cartão de crédito.. Ihiauahuiahaiu, que bom.. seria frustrante, mas enfim, eu agradeço por ter tido a oportunidade de passar uma grande etapa, esta que é de grande importância na vida com vocês, que é a adolescência. Foi um prazer. Agora na vida adulta, cheia de responsabilidades e afazeres, espero que passemos juntos o quanto podermos.. e que este seja mais um ano de vários.

Feliz ano Novo a Todos!

Tuesday, August 02, 2011

A educação física brasileira e a crise da década de 1980

Esse resumo que fiz na disciplina de corporeidade explica um pouco sobre os motivos da atual situação da educação física no Brasil. Eu achei o texto bem interessante, gostei de explicá-lo com as minhas palavras e queria ouvir a opnião de pessoas de fora (de outra área) sobre o assunto. O texto é enorme e isso é apenas um resumo que fiz pra debater na aula, talvez faltem informações para quem não é da área entender algumas coisas.

O texto ensaio “A educação física brasileira e a crise da década de 1980: entre a solidez e a liquidez” do autor Valter Bracht trata, obviamente, de uma crise pela qual a educação física passou na década de 1980, percorrendo pontos chave que causaram e explicam tal fenômeno.

O ponto de partida e o primeiro desses pontos chave encontrados no texto, contextualiza a então situação histórica da educação física na década de 80, discorrendo sobre a prática pedagógica em educação física, que se encontrava em crise de identidade. Naquela época foi colocada em questão o sentido e a função educacional da educação física no sistema educacional brasileiro, bem como, sua função social em tal sistema. Até então a educação física se restringia, de forma generalizada, às práticas desportivas e ao desenvolvimento da aptidão física (aptidão física essa que era alcançada prioritariamente pela própria prática esportiva) e com pouquíssima atuação na primeira parte do ensino fundamental. Tal núcleo gerador, incentivado inclusive pelo Estado, era tão forte que influenciava na formação dos professores de educação física, consolidando também no imaginário social, a vinculação única da educação física e esporte.

Porém, o autor destaca o fato dessa análise não ser observada no primeiro segmento do ensino fundamental (na época 1º grau), onde a educação física estava menos presente. E à medida que as atividades lúdicas e recreativas dessa etapa do ensino começam a ser substituídas pelas atividades psicomotoras, passa a ser considerada a proposta de desenvolver as práticas da educação física embasadas nos estudos do desenvolvimento motor, o que daria à educação física fundamento científico sólido. E, apesar da esportivização da educação física estar tão enraizada no imaginário social e também na formação dos profissionais da área; todo um contexto social, político e cultural da época tornou possível a emergência de perspectivas contestadoras da então hegemonia da “educação física-esporte”. O problema era que ao criticar tal núcleo gerador, atacava-se também a “identidade docente” dos professores de educação física, o que levou a um hiato em que muitos professores se indagavam o que deveriam fazer então, já que o que vinham fazendo não era o correto, representado simbolicamente na expressão cunhada por Fensterseifer e González (2007) como um estado entre o "não mais e o ainda não". Ou seja, não mais aquela prática pedagógica que havia se cristalizado, mas também ainda não uma prática renovada.

Outra conseqüência importante dessa desconstrução de identidade foi o deslocamento da didática para a pedagogia, por se entender que a formação dos professores precisaria ser mais sólida no aspecto científico com o intuito de proporcionar uma formação crítica que fosse capaz de lidar com a modificação de sentido e função social da educação física. Parando por aqui, dar-se-ia a entender que todo problema seria resolvido, mas a esperança de que a formação crítica com base nas disciplinas filosofia, sociologia e antropologia seria capaz de causar mudança radical na atuação dos professores morreu na dura constatação de que para mudar a prática pedagógica dos professores não bastaria apenas determinar diretrizes educacionais. Tal dificuldade está ligada a grande complexidade do processo de transformação da prática por se tratar de seres humanos, bem como ao reconhecimento da necessidade do envolvimento no e com o cotidiano da escola. Tal impasse nos leva ao segundo ponto chave do ensaio, a formação profissional em educação física.

No ano 2000 houve a elaboração de diretrizes curriculares para as licenciaturas, que também atingiu a educação física e levou à diferenciação definida para atuação no magistério e para atuação em outras instâncias da educação física (fitness, treinamento, e outros). O autor vê nessa situação algo positivo pois, é muito difícil tentar construir uma identidade profissional que vai contra o reconhecimento social de tal tarefa, ou seja, não adianta construir uma identidade docente com base na idéia de que o professor de educação física é um mediador crítico da cultura corporal de movimento se tal identidade vai ser barrada no imaginário social de que educação física está ligada somente ao esporte, ao fitness e afins. E é aí que a diferenciação é considerada como positiva pelo autor, pois além de possibilitar a formação de melhores professores, supre a necessidade dos “dois tipos de profissional”.

Outro fator fortemente relacionado à formação em educação física nos âmbitos educacionais e político-ideológicos, segundo o autor, é a equação entre o público e o privado no plano do ensino superior do Brasil e o fato de quanto mais o professor cresce na hierarquia acadêmica, mais ele se afasta da escola propriamente dita. Com relação à gestão pública, a construção de diretrizes nas décadas de 80 e 90 evitavam detalhar objetivos, conteúdos e procedimentos, deixando na mão das escolas e dos professores como se dariam as intervenções, dificultando uma solidez que talvez agregasse valor à identidade. No âmbito da prática pedagógica, não bastaria apenas vencer o “paradigma da aptidão física”, mas também proporcionar a formação de indivíduos capazes de se utilizar das práticas corporais aprendidas nas aulas de educação física para se situar histórica, social, cultural e politicamente, tornando-se cidadãos críticos e construtores de cultura.

São vários os aspectos que influenciam na não concretização das teorias críticas da educação física na prática pedagógica nas escolas, e talvez o mais determinante seja a existência de diretrizes que trazem apenas princípios gerais em vez de propostas detalhadas de objetivos, conteúdos, metodologias de ensino e avaliação. O autor defende essa idéia de se determinar essas propostas detalhadas, por que as formações continuadas deveriam sofrer mudanças radicais para que os professores se tornassem capazes de elaborar seus currículos de educação física, assim como as políticas educacionais precisariam considerar estudos e elaboração de planejamento como parte de ação docente. E como isso está longe de acontecer, a melhor opção se mostra a sistematização e oferta de propostas detalhadas aos professores como forma de construir estruturas colaborativas, que inclusive já foram propostas em obras como “Pedagogia crítica em educação física: metodologia do Ensino de educação física”.

No texto, quando o autor aponta a evidente construção de uma nova prática, chama atenção para mais uma crise. Esta se refere à globalização e ao conceito de “modernidade sólida” e “modernidade líquida”, e é aí que entra o terceiro ponto chave do ensaio do autor: Da educação física sólida em direção a educação física líquida.

O que o autor indica como educação física sólida, seria a idéia de que haveria um sentido maior e legítimo para as práticas corporais em nossa sociedade, bem definido e reconhecido. Como quando patrocinado pelo Estado - estando determinado em documentos oficiais de políticas públicas para a educação física e o esporte. O que o autor define como educação física líquida, se refere à metáfora de liquidez de Bauman (2001), que sugere a idéia de significado relativo que varia de acordo com diferentes planos ou perspectivas. Esses significados se dão de diferentes maneiras dependendo do interesse dos agentes manipuladores que geralmente se guiam por regras e interesses de mercado. Como a indústria esportiva (mídia), indústria do fitness, indústria do turismo, que, não lutam por uma hegemonia mas sim por fatias do mercado que absorve seus diferentes significados. Até mesmo o Estado que intervém em projetos sociais que visam conter a marginalidade, ou mesmo quando intervém através do patrocínio de megaeventos esportivos com interesses econômicos.

Depois de discorrer sobre todos esses fatores determinantes para crise de identidade, o autor chama atenção para a aceitação dessa realidade multifacetada da educação física em contrário à tentativa de determinar uma identidade pseudouniversal, mas lembra sobre a importância de compreender os desafios para a prática pedagógica, para a formação profissional e para o currículo que regem a concepção de educação, homem e sociedade presentes na prática do professor de educação física.

Monday, June 20, 2011

Viajem eterna.

Acordei? Enxerguei?

O que enxerguei?

O que sou? Fruto de pensamentos alheios. Fruto de conhecimento que não são meus, e nem teus também.

Penso que talvez, lá no fundo seja quem sou afinal.

Se for assim passivo de conhecimentos alheios, como aqueles que não me conhecem, tenho em mãos tudo que sou através dos outros.

Pensamento, o fruto de tal profunda agonia, indagar quem sou. Conhecer-me em um mundo trancafiado no mais profundo ego.

Vultos de idéias, profunda observação de tudo, visitas ao relento. Sou eu fruto de meu ser?

Quem pensa na vida? Quem pensa na morte? Nada é mais do que especulações eternas e indisponíveis.

Porque não pensas em você, porque não te conheces? Medo? Espelho? Passivo? Ativo? Tem-se medo, não te conheças, porque este baú não se fecha.

Volta pra ignorância, esta palavra que machuca, e nesta que é o ponto do teu perturbo.

Volta pra ignorância, nela encontrarás refúgio.


ps: aaahh as férias, hIHuahaiua.. uma pequena viajem ao meu subconsciente.

Wednesday, June 15, 2011

Blade Runner




Hello!

Caros alguns Kojiros, ou seja, Paulo, Said, Lucas, Felipe e Luiz, venho por meio deste fazer um convite e uma proposta, que não é nenhum kojiro game, nem nenhum kojiro orienteering, mas envolve esporte, alguma competição e a gente junto. É o seguinte, dia 9 de julho como todo mundo sabe tem a corrida de......9 de julho. Já chamei vocês para correrem comigo nas vezes passadas, mas sem êxito. Dessa vez decidi fazer algo diferente (em Roquetas del Mare), chamar vocês para que a gente faça a corrida na categoria revezamento, assim não seria tão longo, apenas 5 km por pessoa, e de certa forma é até mais divertido. Se a maioria se interessar, podemos até pensar numa competição, algum prêmio legal pra dupla que chegar primeiro, quem sabe até uma blusa Kojiro Blade Runner. hauhua. A idéia é que seja feito sorteio para decidir as duplas e ai cada um se quiser treinar um pouco treina, se não chega lá e corre de qualquer jeito mesmo. Anyway. Convite proposto, aguardo coments de vocês para sim e para não.

A inscrição é só até o dia 24 desse mês e custa apenas 2 quilos de feijão.

Abraço.

Thursday, June 09, 2011

O garoto que queria ser rei

coroa

Era um belo dia de verão, um dos últimos, e Pedro saiu para brincar na praia perto da sua casa. Já era costume o garoto brincar só, os pais o acompanharam algumas vezes e, como nunca acontecerá nada, decidiram deixa-lo ir sem ninguém à praia. Aproveitavam para curtir o tempo a sós e reavivar a chama da paixão através de sexo sadomasoquista.
O passatempo de Pedro era criar castelos de areia, provavelmente tinha sido um rei em outra vida, era o que imaginava.
E não era difícil que assim o fosse, o garoto tinha porte de rei. Cabelos loiros e pele alva como a neve. Aos 10, que apresentava agora, já exibia uma dicção espetacular e criava histórias tão originais sobre guerras medievais que só as poderia ter vivido.
Gostava também de lendas como a de Atlântida. Essa em particular.
Indagava-se sobre a veracidade de uma ilha tragada pelo mar. Sobre povos tão evoluídos, mas que não deixaram vestígios de sua civilização. Pessoas com os cabelos brancos e pinturas dourada na pele, inteligentes o bastante para terém ultrapassado os conhecimentos da população atual, mas que irritaram seus deuses e foram resumidas ao pó.

- Avante guerreiros de Atlântida, seu rei vos espera! – Gritava. Fingindo ter acabado de conquistar terras longínquas, em uma de suas histórias
- Eis que encontrei você. – Uma voz desconhecida disse.
- Pai? Mãe? – Pedro buscou apenas com o rabo do olho – Eu ainda estou brincando, será que posso ir pra casa depois?
- Sou teu Pai, mas de outra vida – Repetiu a voz que tinha uma entonação gutural
Ao olhar pra trás Pedro o avistou. Era um homem tão velho quanto a terra. Cabelos brancos e longos. Usava uma toga e um pano engraçado na cabeça. As partes que saiam de sua roupa engraçada exibiam pinturas que pareciam ouro e traçavam desenhos que deviam percorrer todo o corpo do velho. Ele estava descalço.
Era um atlântida, sem dúvida, Pedro pensou.
- Estou a tua procura faz mais de mil anos jovem Anshkar. – Disso o velho atlântida. Pedro apesar de estar fascinado sentia medo, seus pais sempre o alertaram para não conversar com estranhos, mas não conseguia reunir forças para gritar.
- Desculpa senhor, mas eu não o conheço. Acho melhor...
- Não filho – Interrompeu o velho – Me conheces, apenas não se lembras de mim. Sou teu pai de Atlântida. Mandei sua alma para encontrar o corpo digno de um rei pelo mundo. Agora preciso de você para reconstruirmos nosso reino.
- Não acredito! Então sou mesmo um rei? – indagava Pedro, que perdia o medo do estranho pouco a pouco – Vocês ouviram guerreiros? – Perguntou aos seus soldados imaginários.
- Vamos Anshkar, se quer mesmo ser rei, não podemos perder tempo. Vamos até os cômodos em que me instalei enquanto te procurava. Não é longe. – A voz mudava para algo mais convidativo de carinhoso.
- Só preciso avisar meus pais des.. – Ia dizendo Pedro com euforia, feliz demais para reparar que o velho estivera esse verão inteiro na praia.
- Não há tempo! – O velho puxou o garoto pelo braço, que não resistiu tanto quanto o esperado.

Horas depois a polícia, chamada pelos pais de Pedro, encontrou o garoto a ponto de ser abusado. Estava nu e amordaçado.


Foi assim que prenderam Jeremias, o velho pedófilo da praia.

Tuesday, May 31, 2011

A intolerância e o fruto proibido

A intolerância observada na sociedade, ao redor do mundo, não é um fenômeno contemporâneo. Inerente ao homem, essa característica o faz impor obstáculos e enfrenta-los, de maneira que a parcela da população com mais poder é aquela que determina tais regras a serem seguidas. De certa forma os limites de tolerância estabelecidos pelas comunidades humanas lembra um episódio da gênese, na literatura bíblica.

Nas sociedades, segue-se o paradigma comum. A imposição de uma vontade ou limite, de um grupo, em algum período, leva à comunidade a percepção de que o novo foge ao que pode ser aceito, e é este um dos pilares da intolerância. Por analogia, o diferente é o fruto proibido.

Na bíblia, Deus havia criado Adão e Eva e os deixado para desfrutarem o paraíso. Não havia imposições nessa terra e Deus era totalmente tolerante, contanto que suas crias nunca provassem o fruto proibido. A experimentação em ir além dos limites, e provar o que era diferente no paraíso, logrou a Adão e Eva sérias consequências. A rigor, Deus não era totalmente tolerante.

Tal qual na sociedade humana, a fuga de preceitos estabelecidos gera punições. Deus e suas restrições à tolerância estão para as imposições dos grupos com poder dentro da sociedade, como a experimentação do fruto está para as divergências. Ao que fica claro que a intolerância é uma característica humana que remonta de sua criação, mesmo bíblica. Ou seja, é parte indissociável do homem.

Obs. O texto foi uma redação que escrevi para minha professora. O mesmo não teve a aceitação que eu esperava (ou não esperava).

Obs2. Usei como inspiração paráfrases de duas frases enunciadas a seguir.

“O poder da sociedade é quem dita os limites da tolerância” (Freud)

“A justiça é o interesse dos mais fortes” (Platão)

Obs3. Não tive como colocar na redação, por falta de espaço, coisas que achei bem óbvias de discernir do assunto, as quais discutirei.

A ideia atualmente aceita de liberdade - acho - é o que mais tangencia o que considero tolerância. No entanto, a sociedades atuais livres, portanto tolerantes - calma - são paternalistas e pluralistas. Acolhem, como o já explicado no texto principal, as vontades de uma minoria, e isso esconde a intolerância em atitudes tolerantes. O exemplo cabível aqui é o da ONU.

A Organização das Nações Unidas foi criada com o intuito de manter o equilíbrio entre as nações. Porém, é fato que a ONU tolera ataques sem mais explicações dos países com mais poder, como no ataque do EUA ao Iraque. A ONU, portanto, é pluralista e paternalista.

Esses ataques sem explicações, que só em si já são um exemplo claro da intolerância disfarçada de vontade de se levar a liberdade a todos os povos, mostra que a sociedade tolerante tem seus critérios de bem e mal definidos. Isso quer dizer que ela será tolerante para alguns e intolerantes para os outros que fujam de seus preceitos.

O que falta é a racionalidade de que assim como o contrário do amor não deveria ser o ódio, e sim a indiferença, o oposto da tolerância não deveria ser a intolerância, mas sim o respeito.

wtf

Sunday, February 06, 2011

O inacabado

estive revirando minhas anotações esses dias, e achei esse capítulo de "o nome da lâmina". eu escrevi tem pelo menos uns dois anos, e ninguém nunca leu. era pra ser parte de uma história onde o passado de Lobo (que é o principal) é revelado, bem como o porquê dele ser um samurai morto-vivo e o mundo estar cheio de zumbis. acabei só escrevendo esse capítulo e o início do proximo. enjoy it.

A Historia de Lobo - Parte 1

Os sons da batalha enchiam o ar a toda volta, gritos e ecos metalicos ressoam por todo o vale enquanto a pequena vila coberta pela neve do inverno era tragada pelo combate. Enquanto, em uma rua qualquer, um rapaz trajando um kimono vermelho era cercado por quatro homens. Usavam roupas pretas e mascaras de porcelana branca pintadas em vermelho, que lembravam gatos demoníacos com presas sempre à mostra. Os quatro empunhavam espadas, e rondavam o rapaz desarmado ao centro, hesitantes.
O rapaz era magro e baixo, tinha cabelos negros espetados e fundas olherias, que davam ao seu rosto um aspecto mórbido.

- O que temos aqui? - falou uma voz esganiçada por baixo de uma das mascaras.

- Parece que pegamos um pequeno Ogin - Respondeu a voz grave do maior dos quatro.

- Ele deixou cair isso enquanto corria - Disse um terceiro, erquendo uma bolsa de couro. O Caveira Negra de voz esganiçada estendeu a mão, e aparou a bolsa, de tamanho razoavel, que seu companheiro jogou.

Não houve protesto do garoto à isso, ele permanecia imóvel, sem reação.

- Vamos ver o que nosso pequeno Ogin carregava consigo, talvez uma lembrança da mamãe? - O esganiçado novamente, num tom de deboche que arrancou risadas maldosas de seus tres companheiros.

Ele desatava o nó na abertura da bolsa, quando ela escorregou entre seus dedos e caiu no chão, um baque suave contra a neve que o cobria, cuspindo parte de seu conteudo. Ele se retesou ao ver o que a bolsa continha e ficou imóvel. Mascaras de gatos-dêmonio, algumas salpicadas com o sangue de seus antigos proprietarios, sorriram para a manhã nublada.
O garoto sorriu, e por um pequeno instante o tempo pareceu parar, enquanto os Caveiras Negras eram atingidos pela verdade: Eles eram os encurralados. Depois, tudo aconteceu depressa.
O Ogin se virou, e sua mão fez um rapido movimento de arremesso para o Caveira as suas costas. O garoto correu para a lateral da rua e atirou-se janela adentro para uma casa, enquanto o bandido acertado caía, levando as mãos à pequena lâmina negra enterrada em seu pescoço.
Nenhum gato-dêmonio tentou socorrer o companheiro, ao invés disso, correram para a pequena casa de madeira onde o garoto entrara. Um deles pulou pela janela.

-Eu vou arrancar suas trip... - Sua voz esganiçada interrompida em pleno salto, pelo som da sua mascara partindo. Ele desmontou contra o piso de madeira, com um baque alto. Uma lâmina cravada bem entre seus olhos.

Ao mesmo tempo, a porta foi derrubada por um firme chute, revelando os outros dois homens de preto. O Ogin recolheu a espada do esganiçado morto a seus pés e um dos gatos-demônio correu para ele em uma investida. O som de metal contra metal ecoou alto quando o garoto defendeu-se do golpe que arrancaria sua cabeça. Ele preparou-se para contra atacar, mas recebeu um poderoso chute no estômago, antes que tivesse tempo de reagir. Todo o ar o deixou enquanto ele foi arremessado pela sala e bateu forte contra a parede, caindo sentado, com as pernas estendidas.
O gato-demônio aproximou-se, seus passos ecoando na madeira. Posicionou-se diante do Ogin e ergueu a espada no ar, segura pelas duas mãos, pronto para executá-lo. Houve um som de perfuração, e sangue quente voou no rosto do rapaz de vermelho. A ponta de uma lâmina emergira do plexo do Caveira Negra, que ainda segurava a espada acima da cabeça. Ela foi retirada com um chiado baixo e o bandido tombou para o lado, revelando o salvador do Ogin.
Um rapaz de cabelos negros que iam até o queixo encarava o outro com seus olhos muito brancos, lupinos. Usava um kimono vermelho aberto.

- Luna me encontrou - Começou ele - Ela disse que você chamou a atenção dos quatro pra salvá-la, e então eu... -

- Você o quê ? - Interrompeu-o o outro garoto, levantando-se. - Veio ajudar o garotinho indefeso? bancar o heroi pra impressionar a Luna? Eu sei me cuidar. -

- Então esse é o seu problema comigo. Luna. - Respondeu , sem se alterar.

- Não - começou o outro - O problema é você! sempre bacando o herói, queridinho de Alamir! - O rapaz de olheiras fundas agora caminhava na direção do seu salvador.

- Se eu não tivesse "bancado o heroi" agora Law, você não teria mais cabeça. - Disse, sem recuar.

Isso pareceu atingir Law ainda mais, e ele se precipitou para a frente, para atacar o outro. Mas parou de repente, interrompido pela aparição de uma terceira pessoa.

- Luna! - Disse ele surpreso.

Parada junto à porta, ofegante, estava uma garota de curtos cabelos castanhos e olhos muito azuis. Seu rosto inspirava inocencia, contrastando com o Kimono vermelho rasgado nos ombros e com a espada embainhada às suas costas.

- Law, Kan! - Começou ela, parecia com muita pressa.

- Tem algo acontecendo em um grande terreno baldio nos limites da cidade... - Tomou folego

- ... Tem muitos deles lá! Alamir, Janus e mais alguns poucos estão lutando, me mandaram buscar ajuda... -

Ela parou de repente e levou as mãos ao rosto - ... E os corpos... Tantos corpos... é ... é horrivel! - Ela estava chorando.

Kan e Law se olharam por um instante, como se estivessem marcando a discussão pra depois. Então Kan fez um movimento rapido com a espada, o sangue que machava a lâmina passou a decorar a parede, e a embainhou.

- Então vamos, precisamos ajudá-los - Disse ele, andando em direção à porta.

- Você não ouviu oque ela disse? - Começou Law - São muitos! precisamos de mais gente... -

- Eu ouvi bem, são muitos e não há tempo! -

Law resmungou alguma coisa onde só se distinguiu a palavra "herói", mas seguiu o companheiro. Eles seguiram Luna, e assim, os três Ogin correram em direção a um mal ainda desconhecido.















talvez eu termine essa história um dia, talvez (provavelmente) não. mas é divertido ler uma coisa que você mesmo escreveu, tanto tempo atrás.

Wednesday, January 05, 2011

A arte de ser um imbecil

Bom, nesses últimos anos eu tive a oportunidade de viver certas coisas que me fizeram perceber como a vida funciona. De forma inusitada e surpreendente amadureci e me tornei um imbecil, calma não me tornei um imbecil por completo apenas um imbecil circunstancial. Porque tive que me tornar um imbecil? Bom, depois de alguns relacionamentos mal sucedidos, e desilusões, percebi na verdade que as mulheres como um todo gostam de imbecis, e não tem essa de inteligente bonita que vai saber apreciar um nerd bonito e inteligente que nem eu, todas gostam de imbecis, sem exceção. Antigamente nos tempos das cavernas, o macho alfa era aquele com melhor aspecto físico e dentário, assim significava que era bom caçador e se defendia bem, portanto poderia defender a(s) fêmea(s). Os de aspecto viril eram os machos alfas do bando e os de franzino era o cérebro do grupo, bom existia ah necessidade dos dois naquela sociedade mais quem comia todas as safadas do grupo com certeza não era o cérebro. Os tempos mudaram lógico. Os valores também, hoje a mulher não quer aquele homem que a faça sofrer, e que mande nela e que imponha sua vontade, ela quer um homem que ah compreenda, que seja um amigo e que ah faça se sentir uma mulher independente.. BESTEIRA!! Isso não existe, é o que sai da boca delas, mas não é nem de longe a realidade, a mais inteligente, simpática e interessante das mulheres vai preferir um imbecil, no início até pode dá certo com o não imbecil, mais depois vai rolar um papo do tipo, sabe o que é, eu gosto muito de você, é o homem que qualquer mulher gostaria de ter e etc.. Você é o homem perfeito, mas... mas (sempre existe o mas) e provavelmente ela nem vai saber se explicar direito, e não é porque ela não quer te contar o porque que aquilo não pode dá certo, na verdade nem ela sabe mesmo. Mais a resposta daqueles três pontinhos é simples VOCÊ NÃO É UM IMBECIL, é por isso que não pode dá certo. Depois que o cara leva muito na cara e descobre isso ele tá preparado para um bom relacionamento duradouro. Parece fácil ser um imbecil, mas não é a menos é claro que você seja um imbecil por completo, este sim é muito fácil. Talvez o leitor não entenda essas diferenças, então eu vou tentar explicar rapidamente a diferença entre os dois. O imbecil circunstancial é aquele cara que é um imbecil pensante, aquele que se tornou por necessidade de sobrevivência, o imbecil por completo é aquele ser de intelecto espongiário, que ser imbecil é um fato natural e intrínseco, se o macho alfa fosse um imbecil por completo o seu bando estaria fadado ao fracasso com certeza. Se você é um imbecil por completo, é muito fácil ser um imbecil, afinal é só ser você mesmo, agora se você for um imbecil circunstancial é mais difícil, primeiro porque tem que agir como um imbecil e isso é meio escroto no início, depois você começa a ver os resultados positivos e pegar a prática, mas aí que mora o perigo, tem que ter cuidado para não transpassar o caminho sem volta do imbecil por completo. Ser um imbecil de várias formas atrai mulheres de diferentes tipos, depois de um tempo você vai perceber que tipo de imbecil você quer ser para atrair um determinado nicho de mulheres, quando achar a que você goste realmente mude de imbecil para não imbecil gradualmente, para não assustar, e lembre-se de virar um imbecil de vez em quando para que ela lembre que você é um macho alfa.
Esse texto não é de auto ajuda, provavelmente não te ajude em nada, primeiro; você não concorda com o texto só significa que ainda não está pronto para ser um imbecil, segundo; mesmo compreendendo, sempre pode aparecer aquela que você vai pensar.. ESSA É DIFERENTE, e com toda certeza, ela não vai ser. Mas com o tempo esses erros vão diminuindo e nos tornamos imbecis melhores, nos especializando cada vez mais na arte.

abraço

Friday, December 03, 2010

o mestre em ação

oportunidade incomum e preciosa essa, a de observar o mestre em ação. seja qual for o segmento referido, profissional ou um hobby qualquer, o mestre torna o cotidiano em arte.
verdadeiros mestres tem a capacidade de impressionar sem nenhum esforço. com 15 anos, indo pela primeira vez a uma aula de taekwondo, tive uma dessas raras oportunidades. observei mestre In Ho Oak, vulgo Coreano, em ação. o curioso sobre os mestres, é que seu nível de expertise muitas vezes beira a ficção. o asiático de um metro e meio se portava e movia-se como se retirado de um filme de kung fu,e até seu mais simples golpe, como um banal soco, era provido do que Musashi chamaria de "complexa simplicidade".
quando me refiro a "mestre" não subentendam que me refiro apenas às artes marciais. existem mestres em praticamente qualquer atividade possível. como por exemplo, os mestres da oratória.
assisti à missa de formatura do Tiago realizado pelo pastor Marcio Rosa e seu discurso confirmou o que sua postura sugeria: eu estava novamente diante do mestre em ação. essa é outra coisa curiosa sobre os mestres, eles não precisam fazer absolutamente nada para impor respeito, adquirem uma espécie de "postura do mestre" que, em alguns casos, exige um pouco de sensibilidade para ser notada. indivíduos realmente obtusos podem cruzar com mestres a vida inteira sem na realidade nunca se darem conta. realmente poderosos esses mestres da oratória, não existe talvez um indivíduo que não se entretenha e aprenda com uma aula do professor Ruy Guilherme, e muito poucos não aplaudem entusiasmados um discurso do professor Sansevero, falando, eles são mestres em ação.
a experiencia de presenciar o mestre em ação deve ser aproveitada ao máximo. pois só observando um verdadeiro mestre podemos nos conscientizar da nossa real ignorância, e de como é longo o caminho para a expertise. mestres não podem ser ignorados, eis outra de suas características. se destacam de tal forma que impõe acima de tudo respeito, mesmo a seus inimigos.
e assim, tendo a sensibilidade para reconhecer um mestre, a humildade para admirar suas habilidades, a consciência do tamanho de si, e a determinação para trilhar o caminho dos aprendizes, assim poderemos verdadeiramente crescer sem a cegueira ilusória do orgulho, e talvez quem sabe, as pessoas nos olhem, e mesmo não gostando ou não compreendendo exatamente o que esta acontecendo, elas respeitarão, pois estarão diante do mestre em ação.

Wednesday, November 17, 2010

capacidade x eficácia

Tudo estava correndo conforme o planejado. E não era justamente esse o problema?
Sentado perigosamente na beirada do terraço de um arranha-céus, um indivíduo qualquer
refletia sobre sua vida enquanto observava o contraste das infindáveis luzes da cidade com a noite escura.
E se seus planos tivessem sido mais ousados? e se tivesse arriscado um pouco mais sua aparente
estabilidade em prol da chance de avançar mais em direção às suas metas?
O fato de ser perfeitamente capaz de executar tudo o que planejar, levava-o a interminável
obrigação de fazer planos sempre, ou ser subjugado por um destino incerto.
Planejar, contudo, é só o primeiro passo. Existem ações a serem executadas em prol de uma meta
e cada uma delas exige um tipo de esforço diferente e, é claro, tempo.
Capacidade de execução, entretanto, ( e não é aí que está o âmago da questão?) não implica
100% de eficácia em todas as ações. Podemos estar preparados para evitar armadilhas ardilosas
num dia, e pisar em bosta de cachorro no outro.
Nossa eficácia portanto, apesar da capacidade permanecer inalterada, é variável. Se somos sempre
capazes, o que raios altera nossa eficácia tão rotineiramente? Era sobre esse dilema que nesse momento
figura solitária no alto do arranha-céus fritava cada mísero neurônio. Pois ele era capaz, mas nessa noite ( e
especialmente nessa maldita noite) havia sido ineficaz. Pondo abaixo assim uma meta, embora tudo houvesse corrido
como o planejado e , repito, era justamente esse o problema.