Thursday, March 29, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 4.

A Moeda de Nora-Char



Capítulo 4 – Motoheads e Ville Cruzada

- Eu irei com você! – falou Tomás, que não estava cabalmente convicto do que dizia.

O fato de decidir seguir um homem completamente estranho era no mínimo inusitado ainda mais para Tomás que estava a tanto tempo enfiado naquele bar, com medo de pisar no mundo acabado em que vivia. Mas o que ele podia fazer? O homem tinha a porra de nove vidas, um pacto e uma moeda. Não se podia negar isso. Era uma estória macabra o suficiente para Tomás tremer por estar no meio dela.

Tomás apenas iria segui-lo, naquele mundo as pessoas só tinham uma vida, em geral curta, e uma morte, se aquele morto-vivo tinha nove não poderia simplesmente deixa-lo ir e continuar servindo doses de whisky.

- É melhor irmos logo! – Ivan achara uma bolsa preta, colegial, atrás do balcão e já começava a colocar algumas garrafas de whisky, rum e outros destilados dentro – Pegue o que você for precisar, não voltaremos mais aqui, pelo menos não nessa vida!

- Eu só tenho uma!

- Então você não voltará mais! Rápido, tenho pressa!

No escritório do bar, que ficava colado com a cozinha e também servia de depósito, haviam algumas outras armas, munição e alguns enlatados, Tomás já ia se dirigindo para lá, mas antes perguntou:

- Para onde vamos afinal? – se perguntava por que a pergunta mais lógica tinha demorado tanto pra sair – Se for pra longe talvez pegue um casaco!

- Nós vamos para Ville Cruzada! – Ivan já tinha a mochila nas costas, contrastando com seu paletó e gravata azul – Ville Cruzada!

- Nós vamos para onde?! – o gordo falava exasperado, já estava se acostumando a falar assim, pois o homem-morto-chá era cheio de novidades infelizes.

- Você é surdo? – Ivan sequer olhava para Tomás, avistara uma caixa de cigarros, não eram Black Aurora, mas já ia colocando na sua bolsa. – Vou precisar passar um vídeozinho para você entender?

- Ô zumbi, qual é o seu problema? Aquele lugar é amaldiçoado!

- E eu não?!

- O mundo esta ruindo e foi lá que tudo começou! – Tomás tentava persuadir o homem, mas sabia que não conseguiria – Nós vamos morrer lá!

- Você é que esta ruindo, gordo! – Ivan olhava nos olhos de Tomás, e o mesmo entendia a seriedade. – Eu tenho duas vidas, você não! Use, de verdade, a única que você tem!

- Mas...

Buuuummmm

Uma forte explosão calou Tomás. O barulho vinha da rua. Tiros começaram a ser disparados, e o gordo reconheceu pelo menos 4 escopetas, 5 AK-47 e 8 armas de pequeno porte. Gritos começaram a se fazer ouvir, e mais tiros.

O que é isso? – perguntou Ivan, que tinha as mãos ainda tampando os ouvidos.

Tomás foi até a porta de entrada, que continuava fechada, e levantou uma pequena fresta de metal que dava para a rua. O que viu o fez dar dois passos atrás.

- São os motoheads! Caralho, que porra de dia é esse?

- Vamos pelos fundos, rápido! Pegue a escopeta no balcão, munição também, se você tiver! – ordenou Ivan.

Tomás deu o primeiro passo e (se tivesse uma premonição naquele exato momento teria se abaixado e colocado as mãos sobre a cabeça, mas como nada disso iria acontecer deu...) o segundo. Tomás por um segundo ficou surdo, o segundo da explosão, sentiu o fogo tocando suas costas e suas pernas serem retiradas do chão, foi arremessado sobre as mesas e cadeiras até chegar do outro lado do bar. O som voltou ao normal, era ensurdecedor. Ivan também fora atirado ao chão. Uma espessa poeira pendia no ar, tornando a visão impossível. Alguma coisa explodira tão perto que Tomás sentia o cheiro de couro queimado de sua jaqueta.

Tomás tentou se levantar, não tinha quebrado nenhum osso, mas sentia os músculos doerem e as costas ardiam. Ficou em pé, e viu Ivan caído junto ao balcão, estava de olhos abertos, parecia bem.

-Vamos sair daqui! – falou Tomás.

- Como...? – Ivan tentava olhar através da fumaça, em direção a porta de entrada, Tomás acompanhou o olhar do zumbi e no instante seguinte retesou os músculos em um espasmo de susto.

A poeira foi baixando e Tomás viu o imenso buraco na parede onde antes havia a porta de entrada. Um homem esta em pé junto ao buraco, sua aparência foi se delineando a medida que a poeira baixava. O gordo reconheceu de imediato o motohead. Não fazia idéia do que aqueles lunáticos faziam naquela parte da cidade, mas isso não importava mais.

- Ô-lá a-mî-gos! – Tomás fez uma cara de nojo, ao ouvir a voz do motohead, que lembrava o sotaque que ouvira em um antigo filme, Laranja Mecânica. A voz deles tinha um sotaque forçado, anasalado, parecia um gringo tentando falar português, sem falar do olhar débil e dos gestos mecânicos. – Drûnkeiros, vocess saum!

Os motoheads se vestiam todos do mesmo jeito, o que tornava fácil reconhece-los, usavam macacões pretos, preenchidos com bottons, costuras e acessórios, por baixo vestiam blusas de tons verdes, de camuflagem, e boinas do exército. Tomás odiava tudo aquilo e não esperou mais nem um comentário do motohead, emptyhead, pensou. Aqueles homens iriam matá-los, era preciso agir. Tomás levou sua mão rapidamente para as costas a procura da .38, quando sua mão se fechou sob onde estava a arma, pegou o vazio, sua arma já não estava com ele.

- Porra de dia maldito! – resmungou.


Próximo capítulo: Char e Cano-de-Fogo.

Link - HQ DT














Ae esta o link para baixar a HQ da Torre Negra:

http://www.sedentario.org/internet/a-torre-negra-de-stephen-king-175/

Sunday, March 25, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 3.

A Moeda de Nora-Char



Capítulo 3 - O homem das nove vidas.


- Ei homem, acorde! Você é vergonhoso! – disse Ivan.

Tomás, que estava caído no chão, roncava alto. Ivan olhou para a cara do gordo e o certou com um tapa na cara. Tomás se levantou de chofre, atordoado. Ficou um tempo ali, calado, se segurando em uma das cadeiras do bar para não cair, a cabeça doía.

- Você não me matou demônio?! – Tomás segurava a vontade de vomitar, que estava entalada na sua garganta. Ou na sua cabeça.

- Não existem demônios! – Ivan falava enquanto acendia um de seus cigarros pretos Black Aurora, limited edition. – Apenas um, ou uma!

- Ou talvez eu tenha duas vidas como você!

Ivan gargalhou alto, e Tomás percebeu que o homem de 50 anos que havia matado agora não tinha mais do 30, tiros rejuvenescentes, pensou.

- Não, não! Você apenas caiu no char! – falou Ivan.

- O que é chá? O que é você? – Tomás tentava controlar sua voz, para não transparecer o medo e irritação daquele homem. – Porque você não me matou?

- Muitas perguntas, eu diria! – Ivan deu uma profunda tragada, após alguns segundos continuou. – Char não é chá, e char não vou explicar! Eu sou eu, normal, mas sem alma! E não matei você por não fazer parte do meu destino, nem da minha moeda!

Tomás sentou-se. Parecia tonto, e estava. Afinal demônios negros alados deixavam as pessoas tontas. Estava um pouco mais calmo, aparentemente o homem não iria mata-lo, mas havia coisas muito pior naquele mundo em caos.

- O que você ainda faz aqui? Porque não foi embora, eu não tenho dinheiro! – disse – nem moedas, você parece gostar delas!

- Não sei bem! Seu Whisky é bom, sua mira também! Você é feio, mas não me importo! Acho que você vem comigo! – falou Ivan, que parecia perdido em algum pensamento, vislumbrando o teto.

Click

Quando Ivan olhou para Tomás, o mesmo já havia tirado sua .38 das costas, onde estava presa no cinto, o click do gatilho mostrava que ele não estava brincando. O gordo a erguia na altura da cintura, no estilo faroeste e mirava para o peito do homem-monstro.

- Não vou a lugar nenhum! – disse Tomás – E nem você, até me dizer como você pode ainda estar vivo depois daquele tiro!

Ivan jogou o cigarro no chão, pisou com o sapato de couro marrom. Assoprou a última fumaça dos pulmões e disse:

- Não de novo homem gordo! Você já fez sua parte na história!

- Cale sua boca, e comece a me dar respostas!

Tomás assistiu o homem cuspir na própria mão novamente, e levantou a arma, deixando-a apontada para cabeça do homem-morto.

- Não de novo digo eu! – falava exasperado, mas a mão não tremia, mataria duas vezes se fosse preciso, talvez 10, ou 30 vezes.

- Abaixe essa arma, você me perguntou como eu estou vivo e eu vou lhe mostrar! - Ivan estava de saco cheio do gordo, e sua voz passava isso.

- Mais uma transformação e eu te mato, JURO!

- Char! – e bateu com a palma da mão no chão.

O homem morto foi até o balcão do bar e pegou sua moeda, A Moeda de Nora-Char, viu o novo nome em brasa e falou sussurrando, Canção. Jogou a moeda no bolso. Tomás continuava em pé no mesmo lugar, mas tinha os olhos abertos, órbitas brancas, sem pupila. Se tremia em espasmos contínuos, em transe. Não se passaram 15 segundo e então o gordo caiu de joelhos no chão, órbitas preenchidas. Vômito na garganta.

- Então? – disse Ivan – Gostou do passeio?

Tomás respirava com dificuldade e estava pálido.

- Quantas vidas você tem homem? – disse Tomás.

- Nove!

- Quantas restam?

- Duas, você tirou a sétima!


Próximo capítulo: Motoheads e Ville Cruzada

Thursday, March 22, 2007



"ffffffffffsssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!"

Ele voltou, e quer reaver seu posto na natação roraimense..

Agora muito mais (des)animado;
Mais (des)preparado;
Mais (des)treinado
E mais desbundado e cabeludo do que nunca!! Ele éééé..

Pêlano Pinto Molhado!!!

HEaheaheaheaha. Esse é o meu convite para a competição que vai acontecer
nessa sexta e sábado(23 e 24/03)

Sexta a partir das 19h, sábado às 8:30h e 17h.

Abraço galera!

Wednesday, March 21, 2007



Heaheaheaheaheahae. Barrem-me!

E discutam sobre os assuntos tratados no Post "INFORMATIVO" . É sério gente, é sério..
Ainda quero saber quem tá afim dum Kojiro Praia. E quero lembrá-los
de novo novamente do niver da Pilar. E ninguém se sentiu sensibilizado com o do Cajú lá?
Nem lembro mais o nome dele... rsss


Abraço seus cabeça de clasmocitose!

Tuesday, March 20, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 2.

A Moeda de Nora-Char

Capítulo 2 - Cadê o morto?

Os últimos clientes do bar saíram e logo atrás veio Tomás. Lá fora o frio estava na casa dos 10 graus. Tomás abriu a porta com um chute, arma na mão. Se virou para a direita e lá estava: um amontoado de sacos pretos de lixo, mas não havia nenhum corpo ali. Um pouco de sangue manchava o chão no lugar onde o corpo estava. Tomás entrou no bar, assustado, fechou a porta com um baque e desceu uma grossa bar de metal que trancava o lugar. Correu com suas pernas gordas para a traseira do bar, para a porta dos fundos.

Ao chegar lá viu que a porta estava escancarada e um vento frio entrava assobiando. Tomás deixou a arma em riste, se o lunático ainda estava vivo depois daquele tiro no peito Tomás daria fim ao assunto.

Agora ele tinha certeza, o filho da puta era um ciborgue-cult, apenas aqueles malditos pedaços de metal poderiam andar por ai vestindo aquelas roupas limpas e sóbrias e ainda por cima sobreviver a tiros. Tomás fechou a porta dos fundos, nem sinal do homem. Começou então a vasculhar pela cozinha do bar, o homem teria tido tempo de entrar ali enquanto Tomás olhava sacos de lixo. Olhou em baixo de todas as mesas e em todos os freezers, mas nada do lunático. O gordo começava a se acalmar, achava que algum ciborgue poderia muito bem ter levado o corpo, para lhe tirar a pele e outras partes interessantes. E o vento poderia ter aberto a porta dos fundos. Mas a voz que soou alta não era a porra do vento, não, não era.

- Maldito Barba Vermelha! – o grito vinha do bar, Tomás correu em direção a voz, mais um tiro seria suficiente. – Eu quero minha moeda de volta!

Quando o gordo chegou no bar viu que o homem-morto estava lá, em pé na frente da porta trancada.

- Ei zumbi, ta na hora de você morrer mais uma vez! – Tomás então puxou a gaveta da arma expulsando o cartucho vazio que estava lá dentro.

- Ow, ow! Você já fez sua parte no destino, não precisa repetir. – sua voz era calma, do jeito que Tomás não gostava. – Eu quero a moeda!

- Então toma! - e atirou, não a moeda, atirou uma bala de escopeta. Ivan abaixou-se e o tiro acertou a porta de metal, deixando uma marca funda do tamanho de uma bola de futebol.

O gordo voltou a atirar e dessa vez o tiro acertou uma das mesas. Ivan então saiu de trás de uma das mesas evitando outro tiro, cuspiu na própria mão e deu um tapa no chão. Tomás não entendeu o que o lunático estava fazendo, coisas de lunático ou ritual de segunda morte, pensou. Ivan então gritou.

- Char!

Tomás já se preparava pra o próximo tiro quando o homem que estava na mira de repente se transformou em um imenso demônio negro alado. Suas asas destruíram o teto do bar e labaredas de fogo saíam de imensos chifres vermelhos em sua testa. O demônio então o olhou nos olhos, e seus olhos eram negros, vazios, mortais. Tomás atirou no demônio, mas a criatura apenas abriu a boca engolindo o projétil. Tomás sentiu um líquido quente descer pela sua calça. O homem-monstro-demônio então caminhou até o gordo, saliva escorria pela boca de imensos dentes afiados, e disse:

- Barba Vermelha, você tem gim? – a voz era de uma garotinha de 6 anos. Tomás desmaiou.

Ivan ainda ficou um tempo olhando para o dono do bar, que rolava no chão gemendeo e dizendo coisas do tipo “Ele não é uma criança, ele é um demônio!” e “Atire nele! ATIRE! MATE O MONSTRO!”. Ivan gargalhou alto e então foi atrás de gim para beber. Talvez tivesse pego pesado demais com o gordo, mas não se importava. Quando o Barba Vermelha acordasse do sonho eles iriam confabular.


Próximo Capítulo: O homem das nove vidas

Monday, March 19, 2007

INFORMATIVO

Com o intúito de informar, deixar claro, expor à evidência, tornar translúcido, trazer à tona, tornar ciente, colocar na superfície, divulgar e também relembrar eu vos digo:


- Quem tem conta no gmail pode postar com seu próprio usuário. Basta receber um convite do usuário criador do blog, quem quiser é só falar ou se convidar-se a sí mesmo se utilizando-se do usuário e senha que todos conhecem.
- O próximo niver é o da Pilar, por favor gente, não vamos deixar pra última hora como tem sido. Entregue a sua pequena mas imoprtante contribuição para Gustavinho el macoñero, Freak Le Bomba ou Manú Cara de Tatú. Amém irmãos? Amém!
- Provavelmente, possivelmente e negociavelmente o Kojiro Praia será semana que vem, final do mês. Todos concordam?
- Michael Phelps foi preso por dirigir alcolizado; Renata Burgo foi suspensa da Seleção Brasileira de Natação por uso de esteróides anabolizantes; morreu dia 16 desse mês Clovis Cajú como era conhecido, jogador reserva da Seleção Brasileira de Futebol na copa de 68, vítima de um ataque cardíaco enquanto cagava; a pronúncia do time inglês Chelsea não é "Tchelsíe" e sim "Tchelsí".
- A mais nova sensação no mundo dos jogos foi descoberta por um de nossos integrantes, o nosso querido amigo ateu, Frederico(que satanás o tenha hahaha) e pode ser encntrado no site http://www.ateus.com.br/humor/imagens/curveballl.swf - Dica: com um mouse óptico o jogo fica muito mais radical.







Que seja Publicado, Lido e Cumprido!

Thursday, March 15, 2007

Filmes

Olá gentes eu sou o Lucas e eu vim aqui falar dos próximos fodásticos lançamentos do cinema mundial. Peguem a pipoca e 'let's fan'!!


300 de Esparta


Esse aê é o já conhecido 300 de Esparta, cujo título american-original é apenas 300 (ooooooohhh!). Bem o filme fala de uma das maiores batalhas gregas da história: contra o exército do rei Xérxes. O filme, que se baseia na HQ (eu disse HQ e não Mangá!) do também fodástico Frank Miller possui cenas fielmente adpatadas pro cinema, por isso não é de se estranhar que em alguns momentos lembremos de quadros de quadrinhos. O filme Conta com a participação do latino Rodrigo Santoro, que estara desaparecido (entenderam a piada?! perdido?! Lost?!). Tchãããã! O Filme vem com tudo e prentende revolucionar na forma de se fazer filmes épicos, deixando filmes como Bradd Pitt: Cenas Épicas (também conhecido como Tróia) no chinelooooooooo!!!


*

Grindhouse


Outro filme que ta vindo com grande espera é o Grindhouse. O termo Grindhouse fazia referencia nas décadas de 70 a cessões de cinema que passavam filmes seguidos, um atrás do outro, e em geral eram violentos e sexualmente fodásticos. O filme é dirigido por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. No elenco temos milhares de bons atores como o 'Carecasso Não Morre' e o 'Foda de Chinatown'. O filme na verdade são dois, o primeiro: Planet Terror e o segundo Death Proof. Não vá ficar apaspalhado (boa palavra!) quando por exemplo ver nesse filme uma mulher com uma metralhadora no lugar de perna ou um homem matando mulheres capotando seu próprio carro.


Eita, só filmasso!!



Abraço.
Frederico, O Lucas.

A Moeda

A Moeda


Capítulo 1 - Barba Vermelha

Qualquer um é qualquer um quando não se tem amor. Pouco se é se as perspectivas são tão banalmente comuns. Prefiro whisk. E foi isso que ele tomou. Um grande gole desceu pela sua garganta, ardente. Olhou para as horas no relógio redondo do bar, conferiu com seu relógio de pulso, estavam sincronizados. Restava agora pouco menos de 30 minutos.

- Aqui está, homem! – falou com sua voz rouca. O dono do bar caminhou até ele e recebeu a nota de vinte reais.

- A dose só custou 5 reais. – o homem era gordo e possuía uma grande e vermelha barba. Que Ivan ignorou.

- Aceite a última caridade de um homem! – disse Ivan se levantando.

- Não sou mendigo! – o gordo assumia um tom forte e sério.

- Nem disse que você era! Agora, se pretende continuar com a conversa procure outro sujeito, ou de o troco para um mendigo de verdade, tenho pouco tempo e não vou perder aqui! – Seu tom calmo deixou o dono do bar ainda mais efervesço.

O gordo então apontou o dedo em riste para Ivan e antes de falar qualquer coisa cuspiu nas costas de Ivan, que vestia um terno cinza grafite.

- Eu reconheço seu tipo, vocês são cada vez mais comuns por aqui! – o gordo sustentava na face um semblante de profundo desgosto. – Eu tenho nojo de vocês! Nojo de sua raça! Sai daqui seu ciborgue-cult!

Ivan então gargalhou alto, parando um pouco antes da porta. O bar estava quase vazio, e poucos perceberam que o homem de terno com aparente 50 anos ganhara feições mais joviais quando sorrira tão abertamente. Ivan então se virou para o gordo, com um sorriso simpático que o gordo não gostou de ver.

- Eu não sou o que você pensa que sou! Não sou um ciborgue-cult, até tenho nojo deles também! – Enquanto falava suas mãos seguiram para os bolsos do paletó. O gordo assustado deu passo atrás, se o homem de paletó tentasse algo ele tiraria a escopeta atrás da prataria à sua direita. – Eu sou um humano normal...Quer dizer, não sou tão normal, afinal quem ainda usa paletó nos dias de hoje?

- Sai daqui, se você não é um ciborgue-cult com certeza é um lunático! Apenas desapareça daqui, você me dá calafrios!

- Cale-se você gordo-barba-vermelha! – o sorriso na face de Ivan se dissolvera. Agora ele olhava friamente para o dono do bar. – Ta na hora de você seguir o seu destino! MORRA!

Ivan tirou rapidamente a mão direita do bolso, em sua mão havia uma moeda prateada. Ele a atirou no peito do homem e antes que alcançasse seu destino Ivan foi arremessado três metros atrás. A escopeta fumegava na noite fria. A moeda se chocou com o peito do gordo e caiu no chão.

- Maldito lunático! – O gordo estava claramente exaltado, mas continuava firme. – Eu sou Tomás, filho da puta! Não é a toa que o nome do bar é Wayne, sou velho o suficiente para conhecer os velhos pistoleiros do cinema e habilmente novo para meter uma bala no seu peito!

As poucas pessoas do bar fitaram o acontecimento alertadas, mas em nenhum momento saíram correndo. E quando Tomás pegou o corpo de Ivan eles apenas voltaram para seu copo de veneno. O mundo já era violento demais para se preocupar com um pequeno assassinato.

Tomás levou o corpo para fora do bar e o jogou em cima de um amontoado de sacos de lixo. Dois ciborgues-cults andavam pelo outro lado da rua, suas feições estavam destruídas, mostrando as engrenagens da cabeça. Tomás deu dois tiros, um dos ciborgues entrou em uma das casas abandonadas, o outro teve a cabeça explodida. Pedaços de metal e líquido que Tomás não se interessava em saber se era sangue ou óleo jorrou na parede. Tomás resmungou alguma coisa e já foi voltando para o bar.

Lá dentro começou a limpar o chão ensangüentado com um pano umedecido, foi quando lembrou da moeda. A moeda que o lunático jogara nele. Só agora Tomás reparava que não havia corrido perigo de vida, o homem não tinha uma arma como pensara, muito pelo contrário. Um a moeda. Agora calmo Tomás se perguntava se o homem havia dito “morra” ou “morro”. Tomás achava que havia sido ‘morro’. Foi até o balcão e procurou a moeda, não demorou a achá-la. Girou-a na mão, havia o desenho de uma árvore de um lado e do outro uma cabra. Ao redor da árvore Tomás leu:

“Nove Vidas e Nove Mortes. Arvore de Chariou.”

Do outro lado havia escrito:

“Veneno, Mar, Desejo, Luz, Amarelo, Barba Vermelha, Canção, Nora-Char e Nora-Char.”

A palavra canção estava em brasa, como se tivesse acabo de ter sido forjada na moeda. Tomás levou a moeda ao balcão e a deixou lá em cima. Estava um pouco mais branco que de costume. Na moeda dizia barba vermelha, ele era o barba vermelha, foi assim que o morto o havia chamado. Fosse lá o que fosse Tomás não gostava daquilo. Não gostava de ser incluso em moedas misteriosas, coisa de fanático-hippie-macumbeiro, pensou Tomás. Então foi se certificar que o morto estava morto, talvez mais um tiro só pra garantir.



Próximo Capítulo: Cadê o morto?





Frederico.

Monday, March 12, 2007

Natureza Racional


Olá caros amigos Kojiros,
Vim aqui para falar um pouco sobre minha ‘opção religiosa’ em contraponto da realidade proposta por nosso caro amigo LG. Levando em consideração que o texto é um tanto grande para os padrões de blog e seu conteúdo um tanto específico e ‘difícil’, gostaria que você apenas lesse se houver interesse, caso não, pula pro do Xicolândia ali embaixo.
Primeiramente gostaria de citar algumas frases que foram importantes na minha vida, para que vocês possam sentir um pouco o impacto delas na vida de um garoto em crescimento não apenas físico, mas intelectual.

“Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada.”
Nietzsche

“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar.”
Freud

“Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.”
Charles Chaplin

“Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas.”
Napoleão Bonaparte

“Meu filho, o inferno é aqui e agora!”
Carmen Lúcia, minha mãe.

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.”
José Saramago

“A verdade nunca perde em ser confirmada.”
Shakespeare

“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.”
Joseph Campbell

“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.”
Mário Quintana

“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.”
Einstein

“Não há no mundo amor e bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.”
Nietzsche

Desde pequeno fui criado em uma família de católicos fervorosos, digo isso no âmbito que acerca a avós, tias e primos. Minha avó que esta viva até hoje, continua morando em frente a igreja de sua cidade e quando o padre falta é ela quem dirige a missa.
E sempre fui empurrado para a igreja com no melhor estilo ‘cale-se e reze, é isso que deus quer’. Mesmo sendo ainda uma criança comecei a separar o que me era dado e o que me era empurrado, mesmo sem consciência disso. Me lembro bem que nunca rezava para agradecer e nem para pedir, mas uma vez aos prantos pedi pela vida da minha mãe, pedindo que ela nunca morresse. Você acredita? Uma criança de no máximo 7 anos de idade já pedindo pela imortalidade? Penso em quão natural de um ser humano é esse desejo.
O tempo foi passando e eu crescendo, mas aquele ‘vazio no coração to tamanho de Jesus’ nunca apareceu e eu parei de mentir para eu mesmo, assumi uma postura frágil, mas para muitos radical, virei ateu. E fui além, com 12 anos sentado a mesa na hora do almoço falei frente ao meu pai e minha mãe: “Eu sou ateu! Eu não acredito nesse negócio de Deus!”. Meus pais não me repreenderam, mesmo eu vendo em seus olhares um receio tímido. Afinal nem eu mesmo sabia o que era ser ateu e por isso passei ainda muitos anos experimentando de tudo na minha vida.
Nunca tive contato com pessoas ateístas em minha vida, não mesmo. Tive primos que apreciavam as idéias, mas mesmo assim meu contato com eles foi próximo do nulo. Nunca tive também em minhas mãos livros a respeito nem nada parecido, portanto digo com clara verdade que a descrença em qualquer deus surgiu em mim assim como a dita ‘fé’ para os teístas.
Mas mesmo não tendo nenhuma real crença em seres sobrenaturais, tinha medo e receio. Muitas vezes questionado sobre minha religiosidade me vi respondendo que era católico, mais por medo de me expor do que por outra coisa. Para os poucos que eu dizia ser ateu me arrependi mais tarde, “Credo!”, “Tu é filho do Satanás!” e “É porque você ainda não encontrou Jesus!”. E me envolvi em diversos bate-bocas, pois sempre que houver uma pessoa sã e racional haverá um crente alienado e radical, para tentar converte-lo. E as pessoas me perguntavam:
“E quando você morrer você vai pra onde?”
(Um caixão seria digno o bastante.)
“E qual o nosso objetivo aqui?”
(Nós temos o poder de traçar nossos próprios objetivos, cabe a nós ser útil ou não em uma concepção maior de massa, ou apenas buscarmos nossos valores racionais, a busca, assim como a vida, é nossa)
“E seu espírito?”
(Vai pro mundo das fadas, duendes e todos os seres de Tolkien: pro mundo das coisas que nunca existiram.)
“E quem nos criou?”
(Talvez Karl Marx, talvez nós mesmos, talvez alienígenas, mas se você não sabe a resposta não me crie deuses para justificar sua falta de conhecimento.)
Quando não se conhecia o fogo ele foi dado como coisa dos deuses, será que vem daí a idéia de inferno? Cheio de fogo; Quando não sabiam o que havia nos extremos do mundo, disseram que seria infestado de demônios, quando dominaram o conhecimento geográfico tiraram os demônios do mar; Quando não se podia voar lançaram a terra dos deuses nas nuvens, quando chegamos lá vimos que não passava de vapor de água. Quantos de nós acharam chifres cavando no quintal? Quantos de nós viram anjos cair depois de trovoadas, e não me venham dizer que isso é estúpido, pois esse era o pensamento daqueles que inventaram o cada religião. O conhecimento foi expulsando cada vez mais a fé, como D’Holbach mesmo disse: “a religião é a arte de ocupar mentes limitadas”. O conhecimento trouxe o questionamento, como sempre trouxe. Se você quiser derrubar qualquer religião apenas utilize a razão, apenas aceite a racionalidade, não peço mais que isso.
E não aceito que me digam que ‘ateu é ateu por modismo’. Como bem colocou Antonio Vides Junior: “É difícil ser ateu. Encaramos a morte com olhos aterrorizados. A despeito de todos saberem que ela é inevitável, nós a encaramos como o fim de tudo. Não esperamos nada do além-túmulo. Não estamos indo ao encontro a deus ou a eternidade. Quando nos apaixonamos, não esperamos viver no paraíso ao lado de nossas esposas ou maridos. Tornar-se-á célebre a frase de Ann Druyan, viúva de Carl Sagan, um dos ateus mais respeitáveis dessa geração, ao falar da despedida do marido, no leito de morte: “Nenhum apelo a Deus, nenhuma esperança sobre uma vida pós-morte, nenhuma pretensão que ele e eu, que fomos inseparáveis por vinte anos, não estávamos dizendo adeus para sempre.” São palavras terríveis, mas sabemos que são verdade. Sabemos. A consciência ateísta, quando surge, nos eleva a uma percepção única. Passamos a enxergar a vida como a areia da ampulheta, que escorre inexoravelmente pela fenda. Não importa o quão correta tenha sido sua vida, no fim, a morte reina absoluta.”
A religião esta para mim como a mitologia esta para um católico. Qualquer católico ou evangélico ri da idéia de acreditar em Zeus, Thor e Bel. Na verdade o monoteísta é o ser mais próximo do ateísmo que existe, só falta um deus, apenas uma linha tênue para que ele possa se livrar das correntes da religião.
Religiões essas que pregam irracionalidades, se moldando com o tempo para estarem sempre prontas para conquistar seu rebanho. Um católico ri de um baiano que pratica o Candomblé, mas onde sua religião é melhor que a dele? Onde a sua pode ser provada e a dele não? É muito adequado acreditar em um deus incognoscível, ou seja, é muito oportuno acreditar em um ser sobrenatural que por sua própria essência nunca apareceu, nem nunca será conhecido, não se pode manter contato e nem se pode provar. É na realidade um amontoado de cartas formando um castelo, apenas assopre a racionalidade e verá que tudo desaba.
E se você esta preocupado em ir para o inferno apenas leia esse trecho de George H. Smith:
“Como argumento final – ou sátira de argumento –, penso que já devem ter ouvido sobre a aposta de Pascal algum dia. Blaise Pascal foi um famoso matemático, filósofo e teólogo francês. Ele bolou este argumento que, conseqüentemente, tornou-se bastante famoso, e consiste basicamente nisto: a razão não pode provar ou negar a existência de deus; considere as vantagens; se o ateísmo está correto, vamos morrer, nada acontecerá e nada perderemos; todavia, se o cristão está correto, os descrentes acreditarão no inferno eternamente. Assim, parece que as vantagens práticas estão no cristianismo. Nós apostaríamos no cristianismo porque as vantagens práticas são importantes. Se apostarmos no cristianismo e não houver um deus, não perderemos nada.
O primeiro problema óbvio com isso é que coloca de lado toda a questão da integridade intelectual, como se pudéssemos simplesmente mudar nossas crenças arbitrariamente sem sofrer qualquer dano psicológico, o que é simplesmente impossível. Seria necessário tamanho desprezo pela integridade intelectual para realizar esse tipo de coisa, que é inconcebível que alguém com o tipo de mente de Pascal sequer a proporia.
Mas eu gostaria de propor uma contra-aposta, chamada “aposta de Smith”. Eis as premissas de minha aposta:
1 – A existência de um deus só pode ser estabelecida por meio da razão.
2 – Aplicando os cânones do raciocínio correto à crença teística, chegamos à conclusão de que o teísmo é infundado e deve ser rejeitado por pessoas racionais.
Então vem a questão “Mas e se minha razão estiver errada neste caso?” – pois às vezes está. Somos seres humanos sujeitos a falhas. E se for o caso que existe um deus cristão que está lá em cima e que punirá por toda a eternidade a descrença nele? É aqui onde entra minha aposta. Suponhamos que você é um ateu. Quais são as possibilidades? A primeira possibilidade é que não existe um deus, e você está certo. Neste caso, você morrerá e tão-somente, não terá perdido nada, e viveu uma vida feliz na posição correta. Em segundo, pode existir um deus que não está preocupado com as ações humanas. Pode ser o deus tradicional do deísmo. Ele pode ter dado início ao universo e o deixado seguir segundo suas próprias leis, e neste caso você simplesmente morrerá e, de novo, isso será tudo, você não perderá nada.
Suponhamos que exista um deus que está preocupado com as questões humanas – um deus pessoal –, mas que é justo, se preocupa com a justiça. Se há um deus justo, este não nos puniria por acreditarmos honestamente num erro quando este não implica torpeza moral ou maldade. Se esse deus é o criador e nos concedeu a razão como um meio básico de compreender nosso mundo, então este se orgulharia do consciente e escrupuloso uso da razão por parte de suas criaturas, mesmo se cometessem erros de tempos em tempos – do mesmo modo que um pai benevolente se orgulharia das conquistas de seu filho, mesmo se este cometesse erros de tempos em tempos. Portanto, se existe um deus justo, não temos absolutamente nada a temer – não faz sentido pensar que tal deus nos puniria por uma crença equivocada.
Agora chegamos à última possibilidade. Suponhamos que exista um deus injusto, especificamente o deus do cristianismo, que não tem qualquer consideração pela justiça e que nos fritará no inferno, independentemente de termos cometido erros honestos ou não. Tal deus é necessariamente injusto, pois não podemos conceber uma injustiça mais odiosa que punir uma pessoa por honestamente acreditar num erro, quando esta tentou ao máximo distinguir a verdade. O cristão pensa que está numa posição melhor se esse tipo de deus existir. Mas devo salientar que ele não está em uma posição nem um pouco melhor que nós se existe um deus injusto. A marca da injustiça é o comportamento desregrado, um comportamento imprevisível. Se há um deus injusto que realmente se alegra incinerando pecadores e descrentes, então o que lhe daria mais alegria que dizer aos cristãos que serão salvos, apenas para depois tostá-los igualmente pela diversão – apenas porque lhe apraz? Se há um deus injusto, que pior injustiça poderia haver? Não é uma idéia tão forçada. Se deus está disposto a punir o ateu por uma simples crença errônea, não se pode acreditar que ele cumprirá sua palavra quando diz que não lhe punirá se não acreditar nele porque, de início, este tem uma veia sádica – certamente conseguiria extrair bastante alegria desse comportamento. Se existe um deus injusto, então estamos vivendo num universo que é um pesadelo, mas não estamos numa posição pior que a do cristão.
Novamente, se formos fazer uma aposta, poderíamos apostar no que a razão nos diz – que o ateísmo é correto, e seguir esse caminho, pois não se pode fazer nada a respeito de um deus injusto, mesmo se aceitarmos o cristianismo. Minha aposta diz que devemos em todos os casos apostar na razão e aceitar a conseqüência lógica que, no caso, é o ateísmo. Se não há um deus, estamos corretos; se há um deus indiferente, não sofreremos; se há um deus justo, não temos nada a temer pelo uso honesto da racionalidade; mas, se há um deus injusto, temos muito a temer – assim como o cristão.”
Com isso termino meu post, é claro que o texto acima não representa um terço de minha forma de pensar, até porque não poderia expressar anos de racionalidade em apenas um post, mas convido-os a refletirem sobre meu texto. E se precisarem de leituras sobre o tema posso recomendar. A única coisa que peço é que não questionem minhas descrença, afinal EU não tenho que provar nada, quem afirmou que deus existe foram vocês religiosos, quem tem que provar alguma coisa é vocês, não eu. Enquanto isso, vivo minha vida LIBERTO. Liberto de julgamentos morais, liberto de julgamentos sobre meus atos. Assim sou mais integro, assim sou mais livre para pensar e agir conforme virtudes que acredito. Essa é a minha realidade.


.Frederico Martins, Ateu.

Coisas da Vida

Pra quem bateu papo quando a professora falava.
Pra quem dormiu quando a professora falou 'concordância'.
Pra quem simplismente achou que português é pra bixa.





















Freddy

Sunday, March 11, 2007

Por que o frango cruzou a estrada?

Aew pessoal =) quero pedir desculpas por estar taum ausente, mas o mundo perdido de Lost estah cada vez mais perigoso -.-' minha voh tah hospitalizada e minha mãe estah indo lah toda hora =~ e ela pede pra eu ficar em casa =/ e eu num tenho cara pra recusar "Quem se importa com a velha, ela q morra e eu vá pro cinema xD" ateh parece =X -.-'

mas enfim.. minha ausência não é desejada por mim, apenas o mundo paresse estar contra mim =p haeuaheu, mas sério, as paradas taum foda.

Enfim... saudades de todos e um abraço aew..

PERGUNTA: Por que o frango cruzou a estrada?

Algumas respostas:
PLATÃO: Porque buscava alcançar o Bem.
ARISTÓTELES: É da natureza dos frangos cruzar a estrada.
FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.
MAQUIAVEL: A quem importa o por quê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe social de frangos, capazes de cruzar a estrada.
PROFESSORA PRIMÁRIA: Porque queria chegar do outro lado da rua.
CRIANÇA: Porque sim.
POLIANA: Porque estava feliz.
NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.
EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
FHC: Por que o frango atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.
FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá a habilidade suficiente para cruzar a estrada.
CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura.
SOCRATES: Tudo que sei é que não sei.
PARMENIDES: O frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento nao existe.
MACONHEIRO: Foi uma viagem...
HEMINGWAY: "To die. Alone. In the rain."
DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.
PINOCHET: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!
GEORGE ORWELL: Para fugir da ditadura dos porcos.
SARTRE: Trata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.
MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Cruza a estrada!" E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.
BLAISE PASCAL: Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.
DORIVAL CAYMMI: Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim, minha filha, que a moça aqui tá querendo saber.
DANRLEI: Frangos são comigo mesmo...
PORTA-VOZ DA OTAN: Era um frango??! Iiiihhhh...
SURFISTA: Bicho atravessou, cara... Bicho manêro, aí. Demaaaais... Issah...
NIETZSCHE: Ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.
ALMIR KLINK: Para ir onde nenhum frango jamais esteve.
PT: Para protestar contra as perdas internacionais promovidas por esse governo neoliberal e entreguista e apoiar a renúncia de FHC, já! Fora FHC!
ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.
MALUF: Não tenho nada a ver com isso. Pergunte ao Pitta.
CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de anô, quisera comê-lo, ou não!
CARLA PEREZ: Porque queria se juntar aos outros mamíferos!!!!!
GABRIEL: O frango era satanista e cruzou a estrada do inferno para conseguir chegar ao paraíso.
DEE DEE: Porque ele quis se encontrar com a sua irmã vaca, para fazer sucesso no Cartoon Network. Não é Dexter?

Xico

Friday, March 09, 2007

Sabendo que todos nós vamos morrer

Sabe... Eu tava pensando, por mais que muitas pessoas por aí digam que a morte é normal, que assim como você acorda todos os dias, você pode morrer e ir pro céu do nada. Eu não consigo acreditar. Se morrer fosse tão simples, nós não faríamos certas idiotices frente à morte, como arrumar o morto para que este “morra” com elegância, acolchoar o caixão e colocar travesseiros pra que o morto não acorde no meio da sua "vida eterna" e tenha torcicolo. A verdade é que não temos nenhuma idéia do que é essa tal “vida eterna”; depois de tantos séculos ainda nem sabemos se vamos nos divertir no próximo feriado ou puxar um ronco.

E a alma, será q isso existe? Já é complicado definir o destino de um pedaço de carne se decompondo, quanto mais especular sobre a alma. Só sei que se existe deve ser um barato! Imaginem só como deve ser legal à descoberta: Você acabou de ser atropelado por um caminhão-pipa, ficou parecendo uma panqueca, pensamentos e dor se misturam, sua visão começa a apagar e você vive o maior conflito da sua vida - Valeu à pena acordar cedo pra ir pra missa ou foi tudo em vão? - Quando de repente os céus se abrem, aquela famigerada luz branca que te envolve puxa teu corpo, que alívio, a vida eterna existe e em quanto você é puxado, lembra dos amigos que tiravam sarro dos que freqüentavam a igreja, lembra daquele seu amigo que se dizia ateu, que satanás os tenha.

Mas e agora? A vida eterna você já sabe que existe. Vai rolar algum tipo de julgamento? Vai reencarnar como um cachorro? Ou vai direto pro inferno? Eu prefiro ficar com a idéia de julgamento, deve ser muito engraçado ver uma alma fazendo sua autodefesa: - Pô Deus qualé, vê se alivia aí, o senhor tem até parte da culpa, tu foi me colocar justo no Brasil, assim é fóda não xingar o juiz do futebol, não xingar o governo, não fazer macumba de final de ano na beira da praia, não sair por aí gritando obscenidades, ser generoso dando aquele um real da coca-cola pro mendigo, maneirar na gula e finalmente nunca ter entrado num site de mulher pelada.

Dizem que quando nós morremos toda nossa vida passa diante de nossos olhos como num flash-back. Acho que isso deve ser horrível para as pessoas que já nasceram cegas. Imagina só, ouvir o flash-back da tua vida, naquele fundo escuro deprimente. Pior se o cara que narrar for o Cid Moreira, com direito de no final ainda ter - SUA VIDA FOI FANTÁSTICA!! E os surdos? Morrem vendo "Esta foi sua vida", sem sequer ter trilha sonora, talvez com legendas e na pior das hipóteses com plaquinhas escritas estilo Charles Chaplin. Ruim mesmo deve ser se o cara for cego e surdo, pior que isso só novela mexicana da SBT.

Sabe, eu nunca fui num enterro, e na verdade só tenho vontade de ir a um... O meu é claro, estilo Brás Cubas. Aliais, acho que todo mundo gostaria de ver o seu próprio enterro, ver se o pessoal está triste de verdade, ver quem foi e quem faltou, se alguém já ta querendo herdar suas coisas ou se seu melhor amigo já ta consolando a viúva. E quer saber, depois de ver tanto filme americano, em que as pessoas ficam assistindo baseball e fazendo festa na casa do morto, prefiro até que ao invés de ficar chorando, o pessoal vá pro cinema se divirta muito e que no dia de me enterrar, cortem meu corpo em pedacinhos, façam bife acebolado, depois me enterrem numa grande bandeja, junto com algumas cocas-cola, pra fazer o Happy-Hour das Bactérias.


Póstumo Luiz Lagarto

*curiosidade: este é o post nº 112! Parabéns Kojiros.