Tuesday, May 31, 2011

A intolerância e o fruto proibido

A intolerância observada na sociedade, ao redor do mundo, não é um fenômeno contemporâneo. Inerente ao homem, essa característica o faz impor obstáculos e enfrenta-los, de maneira que a parcela da população com mais poder é aquela que determina tais regras a serem seguidas. De certa forma os limites de tolerância estabelecidos pelas comunidades humanas lembra um episódio da gênese, na literatura bíblica.

Nas sociedades, segue-se o paradigma comum. A imposição de uma vontade ou limite, de um grupo, em algum período, leva à comunidade a percepção de que o novo foge ao que pode ser aceito, e é este um dos pilares da intolerância. Por analogia, o diferente é o fruto proibido.

Na bíblia, Deus havia criado Adão e Eva e os deixado para desfrutarem o paraíso. Não havia imposições nessa terra e Deus era totalmente tolerante, contanto que suas crias nunca provassem o fruto proibido. A experimentação em ir além dos limites, e provar o que era diferente no paraíso, logrou a Adão e Eva sérias consequências. A rigor, Deus não era totalmente tolerante.

Tal qual na sociedade humana, a fuga de preceitos estabelecidos gera punições. Deus e suas restrições à tolerância estão para as imposições dos grupos com poder dentro da sociedade, como a experimentação do fruto está para as divergências. Ao que fica claro que a intolerância é uma característica humana que remonta de sua criação, mesmo bíblica. Ou seja, é parte indissociável do homem.

Obs. O texto foi uma redação que escrevi para minha professora. O mesmo não teve a aceitação que eu esperava (ou não esperava).

Obs2. Usei como inspiração paráfrases de duas frases enunciadas a seguir.

“O poder da sociedade é quem dita os limites da tolerância” (Freud)

“A justiça é o interesse dos mais fortes” (Platão)

Obs3. Não tive como colocar na redação, por falta de espaço, coisas que achei bem óbvias de discernir do assunto, as quais discutirei.

A ideia atualmente aceita de liberdade - acho - é o que mais tangencia o que considero tolerância. No entanto, a sociedades atuais livres, portanto tolerantes - calma - são paternalistas e pluralistas. Acolhem, como o já explicado no texto principal, as vontades de uma minoria, e isso esconde a intolerância em atitudes tolerantes. O exemplo cabível aqui é o da ONU.

A Organização das Nações Unidas foi criada com o intuito de manter o equilíbrio entre as nações. Porém, é fato que a ONU tolera ataques sem mais explicações dos países com mais poder, como no ataque do EUA ao Iraque. A ONU, portanto, é pluralista e paternalista.

Esses ataques sem explicações, que só em si já são um exemplo claro da intolerância disfarçada de vontade de se levar a liberdade a todos os povos, mostra que a sociedade tolerante tem seus critérios de bem e mal definidos. Isso quer dizer que ela será tolerante para alguns e intolerantes para os outros que fujam de seus preceitos.

O que falta é a racionalidade de que assim como o contrário do amor não deveria ser o ódio, e sim a indiferença, o oposto da tolerância não deveria ser a intolerância, mas sim o respeito.

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