Saturday, October 11, 2008

Um Passeio Pela Minha Mente







Juro que não faço idéia de sobre o que vai ser esse post. Simplesmente tem uma coisa, em algum lugar na minha cabeça que quer ser compartilhada, extraída. Mas minha mente é um lugar bem espaçoso, e essa coisa que eu busco insiste em fugir, se esconder, talvez até fazer reféns outros pensamentos.

Mas aqui estou eu, no hall da minha mente com uma lanterna na mão. É uma sala bem iluminada, e cheia de monitores. Como o gabinete de alguma agência de segurança. Eles mostram cenas, lembranças, mas nenhuma delas me interessa agora. Estou buscando a origem desse ruído longínguo, estou procurando essa coisa que se move no porão do meu subconsciente.

Então, sem pestanejar, pego uma velha chave enferrujada sobre o balcão e destranco uma porta que em nada combina a "sala dos monitores". A porta é de madeira velha, a pintura branca faltando em algumas partes, tem um aspecto muito surrado, antigo. Ela abre com um ranger lento. Esta tudo escuro adiante, e uma neblina vaga devagar pelo breu. Ligo a lanterna. Há uma escada que desce. Vou seguindo-a passo a passo, mergulhando na escuridão de um transe.

O lugar é um porão velho, quase nada se distingue na escuridão além do que foco com a lanterna. É a imagem do abandono. Existem caixas por toda parte, fotos antigas das quais não quero lembrar e papéis, que narram acontecimentos com sabor similar. Pixações em vermelho nas paredes, com pensamentos de ódio e frases que eu agora desejo nunca ter dito. E há o ruído, de alguma coisa além de mim vagando por aqui.

Vou me aproximando a passos lentos, o ruído ficando cada vez mais alto. Tenho medo, medo doque possa ser a coisa, mas preciso vê-la ou ela não me deixará em paz. Afinal, ela quer sair. Finalmente distinguo o ruído: é mastigação. Um mastigar porco e voraz logo adiante. É quando minha luz distingue um vulto, não um comum, mas um monstruoso. É um amontoado de tripas e garras, com uma cabeça que lembra a de um dinossauro, debruçado sobre uma das caixas e devorando todo o seu conteúdo.

"Quem é você ?" me atrevo a perguntar.

A criatura interrompe seu estranho desjejum, e me encara rindo.

"Eu sou aquele que você esteve alimentando" se limitou a responder

Um parasita. Um parasita na minha mente se alimento de tudo o que eu produzo de ruim ou doloroso. Ele cresceu bastante.

"E o que você quer?" Pergunto finalmente.

"Eu quero subir. Você não tem o que é preciso pra comandar esse lugar. Você é fraco, e eu sou a solução. Sou aquela sua vontade de mostrar às pessoas como elas são uma piada, como são patéticos seus sonhos e seu orgulho . Sou seu desejo de vingança para com quem o magoou, aquela sua vontade de mostrar o quanto você é superior, e os outros não são nada. Eu tenho o que é necessário para nos fazer respeitar! "

Ele me acertou, me acertou com força. Voei pelo aposento e bati firmemente contra a parede, a lanterna caída ao meu lado, iluminando meu corpo semiconsciente . Sou fraco afinal.

Na minha fraqueza, alimentava um monstro. Um monstro que agora compete comigo pela liderança. Mas aí vem o ponto determinante, e o que sempre será definitivo para mostrar quem realmente somos. Uma escolha.

A luz da lanterne iluminava também uma foto. A foto era de um amigo, de um animal de estimação que a muito se foi, engraçado ou não o que me deu coragem foi a foto do meu papagaio. Mas entendam, ele é um símbolo. Um símbolo de tudo e todos de quem cuidamos e que nos são preciosos, um símbolo de tudo o que nos ama. De tudo o que vale a pena.

E eu escolhi lutar.

"Verme desgraçado, ser pútrido rastejante e imundo! Se alimentando da dor dos derrotados e da fraqueza dos desesperados, você não passa de um monte de bosta desprezível e covarde!"

Peguei algo numa caixa próxima ao me levantar. E o monstro se aproximava de mim, mas ele ja não era mais assustador. Era a porra de um bicho horrivel, escroto e despresível, mas não assustador. Então quando ele chegou próximo o bastante, eu o chutei com uma força que ele desconhecia. A força de quem é amado e luta para defender aqueles que ama. E ele caiu, sobre um monte daqueles papéis inúteis que contavam coisas que eu não precisava lembrar. Então, eu abri o isqueiro Zippo que havia pego na caixa, a chama iluminou o breu. E uma música começou a tocar.


Let it Burn! Let it Bleed!

Deixe Queimar! Deixe Sangrar !


Eu arremessei o isqueiro, e deixei queimar. Corri em meio às chamas e aos urros de agonia do monstro, que eram um júbilo para mim.




`Cause i would do it all again Let it Burn!

Porque eu faria tudo de novo Deixe Queimar!


Voltei à sala de comando em segurança. O velho porão queimou. Dele, levo apenas a foto.





Não sei se fez sentido, mas espero que tenham saído ilesos.

5 comments:

Anonymous said...

Achei do caraleo. Algo que não faz muito sentido, mas ao mesmo tempo tem uma série de elementos que nos tocam de alguma forma. Muito bem escrito, e uma temática interessante.

Anonymous said...

Cara, concordo com o freddy. Muito bem escrito. Criativo. Denso.
Mas... Assim, tu já pensou em procurar um psicólogo?
heaheaheae

Gustavo Coimbra said...

Muito Bom!
Acho q espõe muito de ti.. talvez mais do q imagina..
Gostei.
abraçao.

Mas... Assim, tu já pensou em procurar um psicólogo?[2x]

André Rezek said...

HIIhiahihhIHhahh.. muitoo bom cara, gostei mesmo. Deu pra entender o que queria passar, inda bem que era um papagaio teu animal de estimação, já pensou se fosse um cachorro :x
tu ia se lembrar de como tinha matado ele e tauz.. HIhiahihihIHihaihha
taria na merda ^^

Mas... Assim, tu já pensou em procurar um psicólogo?[3x]

Paulo. said...

uiehoias :P
muito psicolouco o post ó :D
deu pra sacar a idéia do post, tu foi bem objetivo iueohieuhas

Mas... Assim, tu já pensou em procurar um psicólogo?[4x]