Wednesday, October 22, 2008

Você é o mundo, e o mundo é você.



“É uma vaidade característica de nossa espécie atribuir uma face humana à violência cósmica aleatória.”

O que representamos para as vidas alheias que transpassaram pela nossa? Pense um pouco e tente dizer quem foi a pessoa que você mais influenciou, e de quem recebeu mais influência. Não falo de nossos pais, eles são a mais a fiel representação de nosso caráter, mas eles exerceram uma influência quando éramos apenas um quadro em branco, não tivemos opções nem escolhas, apenas nos deixamos pintar pelos pincéis multicoloridos de nossos amados progenitores, não apenas por eles, mas também de todas as informações e conhecimentos que chegavam a nós, então bebês e crianças. É mais interessante analisar as influências sofridas quando sentiamos – erroneamente – que tínhamos já um certo domínio sobre a pintura em que nos transformamos - abstrata ou não, feia ou bonita, não importa. O que de fato lhe influenciou, o que ou quem de fato você influenciou, quão profundas são as marcas deixadas em nós e quão superficial são os toques de nossa existência na vida dos outros? Não adianta se enganar, não adianta achar que somos criaturas abastadas de qualquer comparação, que somos indivíduos inclassificáveis e adornados com centenas de características únicas, pois não somos. Mas claro, a união de diversas experiências, que não podem ser repetidas por questões lógicas e científicas, por mais ninguém no mundo nos transforma em universos singulares, onde a concepção cabal denota para um resultado inédito, porém a vista específica nos mostra que somos feitos de planetas existentes em muitos outros universos paralelos, ou seja, somos diferentes entre nós, mas feitos da mesma coisa. As influências que sofremos são disparadas de todos os lados, e está tão presente quanto o ar está, só esperando que você estenda a mão e a pegue, por exemplo: como será atravessar a nado o Rio Branco na extensão do Banho da Polar à noite? Que sensações você sentirá ao ultrapassar o limiar do medo e do inusitado? O que você aprenderá e como você se comportará depois disso? Parece bobo pra você? Mas não é. Pegue na sua memória pequenos acontecimentos e veja como eles repercutiram formando sua personalidade. Lembro-me que quando era criança minha mãe me falou quando a questionei se acreditava no inferno: “Meu filho, o inferno é aqui”. Tal comentário, por mais desleixado que tenha sido proferido ecoou na minha mente. Não, eu não virei ateu por esse vago comentário. Claro que não. Mas aquela frase, aquele pequeno fragmento de pensamento, ficou guardado, esperando diversas outras experiências se unirem a essa e por fim formarem uma opinião concreta e firme. E assim são nossos atos para com a vida de todos ao nosso redor. Seja em gestos que se repetem em outras pessoas, seja em frases que não dizem nada ou que dizem muito. A compreensão de que as influências são não apenas ocasionais, corriqueiras e mundanas, mas que elas podem delimitar caráter e transformar toda uma vida nos denota para um poder muito forte e relevante. Sendo assim, pense um pouco, quem influenciou você? Quem você influência? E mais importante: Como? Como você influência e se deixa influenciar? Que hábitos grotescos você adquiriu com seus amigos? De quem você adquiriu esse contorno ranzinza? Com quem você aprendeu a falar assim? Quem te fez ser tão educado, ou quem te fez ser tão complacente? Pq você se veste assim? E a música que você ouve, quem te indicou? Pq você lê esses livros?

Para a maioria das perguntas acima a resposta virá com o nome de alguém que se prestou de forma indireta ou direta a te influenciar. E você aceitou, para o seu bem ou para o seu mal. Estamos interligados de uma forma parecida com um oceano, sendo os indivíduos cada molécula de água desse mar, se você deixa cair um objeto na água ele formará ondas mudando tudo que lá estava, alguns de nós possuem grande bolas de basquete, outros apenas pequenas bolas de gude, mas todos temos o poder de criar ondas e nunca saberemos até onde elas poderão chegar.

Você é o mundo, e o mundo é você.

4 comments:

Anonymous said...

Mermaum, aquele desenho fudeu com tua cabeça.

"Ele era um menino normal antes de assistir Orto e o Mundo dos Quem"

ashuashuahsshua.

Mas falando sério, bom texto. Isso se denota muito na pré-adolescência, quando agente se espelha em alguém e começa a querer ser parecido com essa pessoa, chegando quase ao ponto de idolatrá-la.

Observem: Todo moleque "paga-pau" pra alguém.

E aconteceu com você, quer se lembre ou não.

André Rezek said...

Acho que todo mundo é influenciavel, mas ah base dah personalidade vai ser ah mesma. Pessoas de mesmo gosto as vezes são completamente diferentes.
Sem arrogancia digo que ninguem me influenciou de maneira decisiva pra gostar das coisas que eu gosto ou ser do jeito que eu sou. Mais vamos lá.
Daniel Jesus: me influenciou ah ler, com harry potter, Diego Cedo me influenciou ah gostar de magic e temas épicos. Will me influenciou ah gostar de Mangá. talvez essa minha vida teria terminado puraí quando entrei no reizão e meus amigos foram pro CEFET e ficaram meio excentricos. Mais aí eu encontrei o paulo, que por sinal era o único que gostava de anime e rabiscava como eu. Se não fosse ele talvez eu não teria mas contato com essa vida, mas continuaria desenhando. vocês, amigos kojiros em geral, me influenciaram com algumas coisas que eu não tinha em mim como preconceito sobre certas coisas, músicas, livros, nivel intelectual bacana.
mais é como eu disse é um anexo de auto indentificação. Tem muitas outras coisas que vcs poderiam ter me influenciado que eu não adquiri pela minha personalidade.
é como darwin, nascemos juntos mas só sobrevivem os adapitados. Falo do Kojiro.
não são todos que se adaptariam as nossas personalidades que não é muito fácil, somos bastante seletivos.

Gustavo Coimbra said...

Gostei.

[Só faltou espaço para nossa mentalidade inventiva, ou teriamos passado e adquirido habitos por mera imitaçao do proximo.( não é sobre isso q vou falar alí embaixo)]

É verdade oq o felipe disse há, na adolecência, o amigo q " pagamos pau". Acho, q é justo nessa fase - a adolescência, burrico - q se adicona à personalidade coisas q vão ficar pra sempre, "nos fazendo num molde parecido com a imagem q queremos para nós, não fosse a tinta já derramada" - Eis a razao de termos nos dado uns com os outros, não sendo isso jamais nos entenderiamos em vista das nossas personalidades marcadas até por demais - e o amigo o qual pagamos pau, acaba sendo o tal reflexo q tanto buscavamos para nos sobresairmos, não para aparcer, ou parecer melhor do que os outros, mas para nos tornarmos um pouco aquele amigo e termos tanta atençao qnt ele e dele. O fato de ser justo nessa fase q se adqu(trema)iri fatos q vão nos acompanhar pra sempre é explicavel qnd vc entende que o quadro, descrito no texto(vide linha 35), já está pintado qnd chegamos lá pelos nossos 18 anos, oq nos falta são os adornos, os detalhes, a aquarela para dar vida e o esmalte por cima da pintura, para q nao fique branca com o tempo; Ou seja estas caracteristicas crescem junto com a gente e se formam com a gente, coisas q sempre estiveram conosco, mas q aprendemos a melhorar e finalmete mostrar como uma bela obra à todos. Sendo suscinto: Quadro de cu é rola.

[lembrei q muito do que eu sou, me espelhei no meu irmão, o mesmo q é evangélico e que nao me comprou os ingressos do scorpions(calma eu nao vou dizer q virei evangélico, apessar de isso quase ter acontecido isso, mas dps eu conto). Ele era totalmente meu espelho. Foi com base nele que comecei a escutar Rock, Metal e afins; gostar de rpg; fazer piadas totalmente absurdas e me esforçar para parecer no mínimo esperto.
Enfim, q bela vida.]

Eu escrevi sem parar, então acho q me perdi muito nas minhas idéias. Se nao der de enterder de nenhum jeito. foda-se. Saiba q nao muda sua vida.



se vc chegou ao fim desse comentário: paarabéns vc é um retardado.

Anonymous said...

"por mais ninguém no mundo nos transforma em universos singulares, onde a concepção cabal denota para um resultado inédito, porém a vista específica nos mostra que somos feitos de planetas existentes em muitos outros universos paralelos, ou seja, somos diferentes entre nós, mas feitos da mesma coisa."


Uooowww... Tá andando muito com os amigos da Maíra heim?
Uheauhueahas


Cara, realmente. Mas eu vejo mais como um filtro. Você pega o que gosta pra você e repele o que nao te agrada. Isso já na fase em que paramos mais de imitar ou tentar ser igual. Quanto as coisas ruins que pegamos acho que não são como as qualidades que queremos para nós; se prende a um indivíduo ou um grupo mas mais de uma maneira social, como você convive e se relaciona com essas pessoas, o dia a dia de um grupo entende? Por exemplo o Orisvaldo... É um cara gente boa pra caramba, mas quando fica puto ele toma atitudes que não tomaria de cabeça fria(todo mundo faz isso, mas ele, com mais facilidade). E porquê isso? Por que a Sra. Baronilda também age assim, com ele inclusive. É a maneira como se relacionam. Talvez se ele soubesse que ela age assim, mas não com ele, acho que ele não teria essa característica. Pegaram meu raciocínio? Você pega essa característa não por que quis, por que acha interessante para sua pessoa ter essa característica, mas por ser sei lá, obrigado a isso.
Enfim, meu tempo tá acabando aqui na Romaira super crescida.(Rondônia é Roraima mais movimentada e com ladeira ;p)


Abraço galera!
Esse post pareceu uma aula de filosofia..