Confissões de um caminhoneiro

Sentou na Boléia não tinha perdao. João "traçava" dês das mais feias as mais bonitas, tudo em troco de uma carona, um favor ou qualquer coisa que gastasse de seu tempo e sua gasolina.
Pensava ele: - Fazer o que? Meu nome é João, maranhense de coração, entrou no meu caminhão não tem perdão!
De fato, João não perdoava.

- "...Eu conheço todos os sotáques..." - João cantava, talvez para esquecer aquilo que percorria sua mente a cada minuto. João nunca fora o mais bem sucedido com as mulheres na infância, talvez por isso agora transava com uma mulher por dia, mas esse mês de fevereiro não. Esse mês ia mal, faziam três semanas e nem sequer uma "Maria qualquer horripilante" aparecera para lhe acalmar a mente e o corpo, ou simplismente "afofar o barro" como gostava de se referir as experiências sexuais sem meios termos. - "...Dessa estrada todos os atalhos..." - Ser caminhoneiro não havia sido uma opção para João, parou de estudar aos 13 anos para tentar se jogador de futebol. Quem imaginava? O menino que jogava numa cidadezinha pequena e esquecida tinha atraído os olharares dos técnicos de grandes times.
- Vamos João pula! É só uma mangueira, nem é tão alta! - falava a voz do demônio, que na época usava o disfarce Lenildo, melhor amigo de João. Realmente, não parecia alto, nunca é para uma criança. João pulou, mais por querer a manga q seu amigo já quase começara a comer, do que por persuasão. O menino não mais atraía olhares dos técnicos, afinal o que eles iriam querer com alguem do joelho estourado? Talvez fosse melhor ter continuado estudando, João tinha 18 anos, e como se não bastasse seu pai que era caminheiro morreu com um ataque cardiaco fulminante, deixando apenas o caminhão como lembrança de que esteve na Terra. Não foi dificil prever o futuro de João.

- "...Das mulheres todas as von..." - Uma mulher na estrada pedindo carona! Não importava quem fosse ele tinha que "pegar" essa. Talvez fosse melhor pegar um animal, pensou, a mulher não era feia, pelo contrário jovem e bonita, mas era FREIRA.
Não que João fosse religioso, mas dava azar.
João hesitou. Mas por Deus ele precisava daquilo!
- Bom dia meu jovem, pode me dar uma carona até a cidade mais proxima?
João não hesitou mais.
- Tudo tem um preço dona freira, e o meu é carnal, se me entende. - Com surpresa João viu um sorriso aparecer na cara da freira, um sorriso que ele já sabia o que significava, ele havia conseguido.
- Rapazinho, meu voto de cátidade diz que nada pode me tocar pela frente... Mas não cita a parte de trás.
João o fez! AHhh e como o fez! Aquele momento o recompensou por todos aqueles 21 dias de "seca".

O arrependimento agora assolava à alma de João. Não por ter comido a freira, e sim por ter pedido desculpa à ela. Isso o transformou em outro homem. O diabo havia se disfaçado de novo e novamente pegou-o.

- Dona freira, desculpe pelo que fiz com a senhora, que Deus me perdoe, mas a senhora sabe como é ficar solitário tanto tempo....
- Não tem problema, Deus vai te perdoar. - E numa frase que parecia rimada ao ver de João, continuou - Meu nome é Juvenal, venho de férias de Natal, e essa é apenas a minha fantasia de carnaval!

"Porque homem é homem, menino é menino, político é político e viado é viado"
João o Caminhoneiro Gay