Tuesday, May 08, 2007

Doaa

Doaa


- Doaa vá comprar um cesta de corda! - Grita Nalla, sua mãe.
A garota pega algumas moedas em um prato em cima de um móvel velho na sala da pequena casa e sai em direção ao comércio. A cidade onde morava, ao norte do Iraque, seria considereda apenas um amontoado de lixo, ou, na melhor das hipóteses, um pobre vilarejo comparado a qualquer outro lugar do mundo, ao menos era assim que pensava Doaa Khalil Assuad. Ela havia nascido e crescido naquele lugar, e seus pais sempre rudes e frios tentaram dar o melhor a ela, e isso não era muito no Iraque. Não quando bombas podem explodir ao seu lado, acabando com seus tímpanos, ou americanos adentrar de madrugada em sua casa levando seu pai e seus irmão. Mas nada disso aconteceu com Doaa, ela era uma garota de sorte, e assim se considerava. Passara toda sua adolescencia como pode, tentando se divertir entre o medo e a sobrevivência. Agora caminhava alí no centro da cidade, onde o cheiro de ervas e peixe era forte. Usava sua túnica preta, obrigatória, e pela pequena tela em seus olhos avistou a pequena barraca de cestas. Após a compra voltou para sua casa caminhando a passos curtos. Perdida em devaneios, pensava como seria poder tirar aquela túnica e sentir o sol em sua pele, como seria conhecer todo o resto do mundo, onde pudesse ver por seus olhos e sem telas a filtrar o que quer que fosse. Alá consederia esse momento de sublime felicidade Doaa sabia disso, merecia isso. Iria ela fugir do medo, do Iraque, da America, e iria fugir com seu amor, Raddhan. Talvez por amar Raddhan, e amava tanto, é que quisesse tanto sair dos braços da ditadura milico-religiosa de seu país, afinal Raddhan por mais belo que fosse, era muçulmano. "Mulçumanos são ratos que queimarão nas pragas dos 1000 infernos!", dizia seu pai, que com tais palavras instalara em sua filha uma vontade intensa, pura, e religiosa: de amar quem amar no país que lhe couber seu sonho.
Doaa percebeu que já estava de volta a sua casa. Abria a porta e em seguida gritou, largou a cesta que acabara de comprar, levando as mãos a sua boca. As cartas que trocara com Raddhan haviam sido encontradas por seus familiares e estavam agora nas mão de seu pai que chorava sentado em uma cadeira. O medo a consumiu tão fortemente que não sentiu quando seu pai pulou em sua direção, socando sua face. Doaa ainda tentou se levantar e fugir, mas então seu pai começou a gritar no meio da rua.
- Essa é uma puta mulçumana! Traidora! PUTA MULÇUMANA! - lágrimas saiam de seu rosto enquanto gritava enlouquecido.
Pessoas começaram a se aproximar, exaltadas, e com um chute seu pai deu início ao fim dos sonhos de Doaa.

Fim


Doaa Khalil Assuad, tinha 17 anos, e foi assassinada por uma multidão, que incluia seus familiares, enlouquecida no dia 17 de abril de 2007. A multidão era composta por aproximadamente 1000 homens que nem sequer davam ouvidos aos gritos de socorro da garota que depois de tanta violência foi acertada na cabeço por uma pedra e morreu. Toda essa violência, esse sangue, ESSE ÓDIOOO, pelo fato da garota estar apaixonada por um mulçumano e por ele decidir fugir e mudar sua religião. Enquanto ela era morta políciais assistiam a cena a distância, muito provavelmente LOUCOS PARA TIRAR UM POUCO DE SANGUE DE UMA GAROTA INDEFESA. A história narrada acima é fictícia, mas o fato é verdadeiro.



Se quiser ver o vídeo (claro! Afinal só bater é chato, bom é bater e gravar no celular pra mostrar pra galera!) onde Doaa é brutalmente morte é só entrar no site abaixo.

http://www.aina.org/news/20070425181603.htm

8 comments:

Anonymous said...

Caralhooo!
Que louco isso, muito triste essas coisas no mundo cara. Mas muito bem escrito a história aê. E minha net voltou o/

Felipe Vencato said...

caralho que merda ,
o mundo tah ficando doido. Aqui no Rio tem coisa parecida :P

Fred Martins said...

O felipe ta no Rio de Janeiro eh?!
huauhauhauhahuauha


brincadeira, mas foi a primeira coisa que eu pensei.

Unknown said...

heuahuae, pensei ki o felipe tava no Rio de Janeiro tmb! =P

Mas meu, to revoltado com isso... mas ninguem me ouve, a solução por lá.. é matar os tradicionalistas, e deixar viver somentes os visionários. ;P Numa matança sem fim! heuehuehueuh

Anonymous said...

até parece que isso começou agora,desde que mundo é mundo isso acontece eu acredito que nunca avererá paz plena porque todos os humanos são uns parazitas que só sabem destruir tudo que encontra, racionais pra destruição e animais para a violencia
=P

Diego said...

Olha, não sei algum dia HAVERÁ a palavra "aveverá" no dicionário.

E até onde eu recordo da aula de biologia, os paraSitas (ênfase o S) não destroem uns ao outros, e sim o seu hospedeiro, este do qual precisa para sobreviver.

Obrigado!

Anonymous said...

A história é fictícia, mas muito real ao mesmo tempo, muito boa. Isso é uma coisa que acontece todos os dias, com certeza apedrejar uma mulher não é a resposta para os problemas, mas no Iraque ou em países radicalistas por enquanto é.

Anonymous said...

Pode crer...
isso eh bem normal por lah..
e o flp carióca?
shauhsuhashua!
Q merda vou ver isso nao.