Tuesday, September 16, 2008

The book is on your brain.




Acho que todos nesse blog já repararam que eu tenho uma certa paixão pelas palavras, tanto aquelas proferidas pela boca, como aquelas lançadas no papel. Ontem, dia 06 de agosto estava eu a pensar justamente sobre isso, sobre o fato de gostar tanto de escrever, de contar, de falar. E tentei puxar do baú da memória de onde vinha essa característica minha. Não há, é claro um momento isolado que me transformou em um escritor, mas sim uma série de acontecimentos, convertidos em ensinamento, que oportunizaram o afloramento desta habilidade. Tudo começou quando ainda era muito pequeno, 10 a 11 anos, e logicamente foi por meio da leitura. Minha mãe me enchia de revistinhas, comecei com Seninha e Turma da Mônica, e sempre que passava em frente a uma banca eu ia correndo lá comprar, ou pedir para que minha mãe comprasse. Isso não quer dizer necessariamente que se você encher seu filho de revistinhas ele será um adorador de livros e hábil escritor, até pq esse meu hobbie infantil surgiu conectado com outras características e gostos meus que o fortaleceram. Por exemplo, na mesma época que comecei a ler, fiquei apaixonado pela arte do desenho, assim nasceu a vontade de ter muitas revistinhas, para ler as grandes aventuras e depois recontruí-las sob meu próprio lápis. Como sempre fui uma criança criativa, essa junção de leitura e desenho, já insinuava o que seria quando eu ‘crescesse’, um publicitário. Por mais que eu ainda não soubesse disso.

Quando tinha 12 anos minha mãe me ligou na véspera de meu aniversário e perguntou, “você prefere Homem-Aranha ou Super-Homem?”, acho que essa foi uma das perguntas que mais me influenciaram em toda a vida, e a resposta foi cercada de questionamentos e incertezas, mas eu preferi o Homem-Aranha. Falei minha resposta e foi dada a largada para uma nova fase de experiências. Pois agora meus heróis não apenas não tomavam banho ou corriam em carrinhos de corrida, agora eles tinham poderes, eram complexos, matavam, morriam. Uma enxurrada de realidade trazida pelos seres mais fantasiosos que havia visto até então. Depois de um mês começou a chegar em minha casa a assinatura da Marvel que minha mãe fizera pra mim. Todo mês durante um ano, no dia 09, eu recebia um pacote preto, e dentro dele 06 revistas do selo Marvel de qualidade, teia e adamantium. Meus hobbies só se intensificaram. Meus desenhos agora eram complexos e americanos e minha leitura era agora sobre política, mutantes, relacionamentos, deuses do Olímpio e tudo o mais. Foi meu primeiro contato com um material puramente ateísta, por mais que eu não soubesse, afinal quem precisa de deus, quando se tem o spider ou quão verossímio pode ser um ser onipresente se quando as nuvens se abrem o que sai de lá é o Mijollnir e não ‘The God’? Nessa mesma época minha mãe começou a me dar livros, ainda infantis é claro, mas foi mais ou menos nessa época que comprei livros como Angus, Harry Potter, A Sétima Torre, entre outros. Desses anos, quando ainda morava em Belém, é que tenho a minha primeira lembrança sobre a escrita. Foi quando eu escrevi um pequeno texto, de uma página e mostrei para meus pais, nele eu falava sobre um tesouro, uma taberna e piratas. Um release de uma história que eu iria escrever, e que hoje nem lembro pra onde ia. A verdade é que era um texto fraco, prolixo e sem sentido. Mas na época era tudo o que eu precisava. Mostrei para todos que quiseram ler e todos me deram palmadinhas nas costas dizendo “muito bom, você tem futuro!”. Mas todos nós temos futuro, isso é uma questão relacionada a física e não com a perícia da escrita.

Com o passar de poucos anos desisti do desenho, e comecei a me apaixonar pela leitura. Era um verdadeiro aficionado por aquele bloco de folhas cheios de iconogramas repleto de mensagens. Não devo também deixar de dar os devidos créditos a minha mais influente maldição: pai bancário. É relavante citar isso, pois como já morei em diversos estados e cidades consequentemente tinha mais tempo pra mim, enquanto ainda não desfrutava do belo processo de ressociabilização.

Minha mãe sempre atenta as minhas potencialidades me incentivava, dando-me sempre livros em todas as datas comemorativas. Tive sorte, admito, pois pelos rumos que tomava seria facilmente engolido pelo “dark side” da leitura, me tornando um nerd negro seguidor dos RPGS (Retrocesso Pragmático da Gêmula Social). Mas isso não aconteceu, em parte pelo meu aspecto físico, ou seja, predisposição física e genética para o esporte e para olhares femininos, que repelia os nerds do “magic”. Outro fator que considero potencializador, para meu crescimento saudável dentro da leitura, foi a paixão por um tipo de rock menos nocivo aos neurônios, sempre fui fã do rock de letras rebeldes e muitas vezes descompromissadas, mas nunca um rock épico, magestoso, colossal e de cabelos longos e fétidos.

Em toda minha adolescência comecei a escrever diversas histórias, pois sempre quis escrever um livro, e todas elas morreram no meio do caminho. Nunca tive empenho suficiente para continuar com a caneta do papel depois da 10ª página. Mas graças ao bom lorde, nunca desisti da leitura.

Quando morei em fortaleza, anos atrás, bati meu recorde, 12 livros lidos em um ano, logicamente, todos de ficção, nenhum técnico ou apostila escolar.

Hoje, a minha meta não mudou, continuo querendo publicar um dia uma estória minha, ver um dia na prateleira o meu nome e quem sabe encontrar alguém com meu livro aberto em mãos. Seria sensacional.

Não acho tão difícil assim conquistar esse sonho. Só preciso estar sempre me esforçando para escrever minha história, A Moeda de Nora Char, talvez a única ou a primeira delas. Seria fascinante pra mim poder viver de minhas estórias, ganhar dinheiro com isso, e assim poder escrever mais. Mas sei que escrever um livro não é tão fácil assim. É questão de tempo e incentivo que muitas vezes não tenho. Sinceramente pra mim, só os comentários do blog, quando ainda postava minha história aqui já eram sensacionais, me incentivavam de forma suficiente para nunca parar. Mas outras prioridades surgem e a gente tem que deixar alguma coisa de lado. De qualquer forma, até o final do ano o que quer que eu tenha escrito será lido e criticado por vocês. Assim terei forças para terminar aquilo que comecei, mesmo sem saber, quando ainda era criança.

E na dedicatória vai estar lá:


“Para aqueles que leram a primeira linha, quando ela ainda não tinha um ponto final.”


Vai ser pra vocês.



Boa Leitura.

3 comments:

Anonymous said...

"em parte pelo meu aspecto físico, ou seja, predisposição física e genética para o esporte e para olhares femininos"

Hahahaha³¹³²²³




Eu só te imaginei escrevendo isso pra um site, jornal, ou revista como agradecimento por algum prêmio que você ganhou ao escrever algum best seller ou algo assim.. Uheuhaeuhae

Essa parte que eu selecionei ia estar na capa. Heaheahea

André Rezek said...

iHIHhahhHhahhhiHhihiahhaiah..
sinceramente eu imaginei ah mesma coisa que o dellano.. eu lembrei dah história do king antes da primeira torre.
cara.. sinceramente espero que você realize o seu sonho. Vi espectos na sua vida que lembraram o meu ¬¬' tah e eu fui pro mundo magic, mas entrei e saí com ah minha personalidade intacta. hIHihiahiahihIHIha
Meu sonho infantil é de ter meu próprio Hq, depois virou mangá, e graças ah deus virou éé..meus quadrinhos ou gibi, sei lá, nesse momento permanece bem timido na minha mente a vida tem realidades massantes. Mas não desistir dos sonhos é uma coisa que eu aprendi também.

Anonymous said...

Ler é um habito muito bom.
Escrever é um desafio estimulante.
Espero que se mantenha firme nos dois!