Thursday, March 29, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 4.

A Moeda de Nora-Char



Capítulo 4 – Motoheads e Ville Cruzada

- Eu irei com você! – falou Tomás, que não estava cabalmente convicto do que dizia.

O fato de decidir seguir um homem completamente estranho era no mínimo inusitado ainda mais para Tomás que estava a tanto tempo enfiado naquele bar, com medo de pisar no mundo acabado em que vivia. Mas o que ele podia fazer? O homem tinha a porra de nove vidas, um pacto e uma moeda. Não se podia negar isso. Era uma estória macabra o suficiente para Tomás tremer por estar no meio dela.

Tomás apenas iria segui-lo, naquele mundo as pessoas só tinham uma vida, em geral curta, e uma morte, se aquele morto-vivo tinha nove não poderia simplesmente deixa-lo ir e continuar servindo doses de whisky.

- É melhor irmos logo! – Ivan achara uma bolsa preta, colegial, atrás do balcão e já começava a colocar algumas garrafas de whisky, rum e outros destilados dentro – Pegue o que você for precisar, não voltaremos mais aqui, pelo menos não nessa vida!

- Eu só tenho uma!

- Então você não voltará mais! Rápido, tenho pressa!

No escritório do bar, que ficava colado com a cozinha e também servia de depósito, haviam algumas outras armas, munição e alguns enlatados, Tomás já ia se dirigindo para lá, mas antes perguntou:

- Para onde vamos afinal? – se perguntava por que a pergunta mais lógica tinha demorado tanto pra sair – Se for pra longe talvez pegue um casaco!

- Nós vamos para Ville Cruzada! – Ivan já tinha a mochila nas costas, contrastando com seu paletó e gravata azul – Ville Cruzada!

- Nós vamos para onde?! – o gordo falava exasperado, já estava se acostumando a falar assim, pois o homem-morto-chá era cheio de novidades infelizes.

- Você é surdo? – Ivan sequer olhava para Tomás, avistara uma caixa de cigarros, não eram Black Aurora, mas já ia colocando na sua bolsa. – Vou precisar passar um vídeozinho para você entender?

- Ô zumbi, qual é o seu problema? Aquele lugar é amaldiçoado!

- E eu não?!

- O mundo esta ruindo e foi lá que tudo começou! – Tomás tentava persuadir o homem, mas sabia que não conseguiria – Nós vamos morrer lá!

- Você é que esta ruindo, gordo! – Ivan olhava nos olhos de Tomás, e o mesmo entendia a seriedade. – Eu tenho duas vidas, você não! Use, de verdade, a única que você tem!

- Mas...

Buuuummmm

Uma forte explosão calou Tomás. O barulho vinha da rua. Tiros começaram a ser disparados, e o gordo reconheceu pelo menos 4 escopetas, 5 AK-47 e 8 armas de pequeno porte. Gritos começaram a se fazer ouvir, e mais tiros.

O que é isso? – perguntou Ivan, que tinha as mãos ainda tampando os ouvidos.

Tomás foi até a porta de entrada, que continuava fechada, e levantou uma pequena fresta de metal que dava para a rua. O que viu o fez dar dois passos atrás.

- São os motoheads! Caralho, que porra de dia é esse?

- Vamos pelos fundos, rápido! Pegue a escopeta no balcão, munição também, se você tiver! – ordenou Ivan.

Tomás deu o primeiro passo e (se tivesse uma premonição naquele exato momento teria se abaixado e colocado as mãos sobre a cabeça, mas como nada disso iria acontecer deu...) o segundo. Tomás por um segundo ficou surdo, o segundo da explosão, sentiu o fogo tocando suas costas e suas pernas serem retiradas do chão, foi arremessado sobre as mesas e cadeiras até chegar do outro lado do bar. O som voltou ao normal, era ensurdecedor. Ivan também fora atirado ao chão. Uma espessa poeira pendia no ar, tornando a visão impossível. Alguma coisa explodira tão perto que Tomás sentia o cheiro de couro queimado de sua jaqueta.

Tomás tentou se levantar, não tinha quebrado nenhum osso, mas sentia os músculos doerem e as costas ardiam. Ficou em pé, e viu Ivan caído junto ao balcão, estava de olhos abertos, parecia bem.

-Vamos sair daqui! – falou Tomás.

- Como...? – Ivan tentava olhar através da fumaça, em direção a porta de entrada, Tomás acompanhou o olhar do zumbi e no instante seguinte retesou os músculos em um espasmo de susto.

A poeira foi baixando e Tomás viu o imenso buraco na parede onde antes havia a porta de entrada. Um homem esta em pé junto ao buraco, sua aparência foi se delineando a medida que a poeira baixava. O gordo reconheceu de imediato o motohead. Não fazia idéia do que aqueles lunáticos faziam naquela parte da cidade, mas isso não importava mais.

- Ô-lá a-mî-gos! – Tomás fez uma cara de nojo, ao ouvir a voz do motohead, que lembrava o sotaque que ouvira em um antigo filme, Laranja Mecânica. A voz deles tinha um sotaque forçado, anasalado, parecia um gringo tentando falar português, sem falar do olhar débil e dos gestos mecânicos. – Drûnkeiros, vocess saum!

Os motoheads se vestiam todos do mesmo jeito, o que tornava fácil reconhece-los, usavam macacões pretos, preenchidos com bottons, costuras e acessórios, por baixo vestiam blusas de tons verdes, de camuflagem, e boinas do exército. Tomás odiava tudo aquilo e não esperou mais nem um comentário do motohead, emptyhead, pensou. Aqueles homens iriam matá-los, era preciso agir. Tomás levou sua mão rapidamente para as costas a procura da .38, quando sua mão se fechou sob onde estava a arma, pegou o vazio, sua arma já não estava com ele.

- Porra de dia maldito! – resmungou.


Próximo capítulo: Char e Cano-de-Fogo.

7 comments:

Felipe Vencato said...

pow, de longe o melhor :)
bizarros esses motoheads, na minha cabeça ficou um emo-robô-soldado ashuasuhsauh
muito legal.

Anonymous said...

/,,/

Ahhhhh! Que massa cara!
Bora, bora, cadê o resto??

Abraço pra td mundo!

Fred Martins said...

HA HA HA!
Os próximos 2 capítulos estão prontos, muito suspense e ação. Vocês iram conhecer melhor os motoheads, ver fogo no cano e chár na mente. E perguntas ficarão no ar.

- Tomás irá morrer?!
- Os motoheads apareceram por acaso?!
- Qual é o nome dele?!

Um abraço pra quem lê, e cano-de-fogo no cu de quem não.

Pilar said...

tbm tou achando que cada vez mais ta evoluindo, e ficando mais interessante, acho que porque ta ficando ação dae a leitura prende mais, a parte da explosão então ficou muito bem detalhada, da sensaçao de ver a cena em slowmotion!!! adorei!! beijo!
mais beijos!

Anonymous said...

caralhooooo
muito loco bora fredd quero ver mais e mais
muito foda oh
;D
é minha gente eu toh de volta, minha net voltou e eu li todos os posts das histórias do fredd tah muito loco oh e a mania desse povo achar que toda história tem que ter sempre ação. Antes dah ação tem que ter compreenção se não fica parecendo aqueles filmes japoneses que o paulo aluga pro meu aniverssário xD
tá massoso fredd


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
e pra quem duvidava(freddy) eu coloquei o meu aparelho haaa
dueu pra caraléo principalmente a borrachinha pra afastar o dente e tipow segunda tem mas vô botar a parte inferior ;xx

abraço galera \o/

Anonymous said...

caraiuuuuu
ki fodaaaaa =D
a explosão foi a melhor ó..
senti a queimadura em mim ow..
eijoheoiuas =D
kero o próximo capitulo ;D

Anonymous said...

CARALHO Q LOKO!!!!! da pra imaginar ele narrando essa pequena parte da explosao como um filme!!!! tpo ele pensando em se abaixar !!! achei mto foda!! sem noçao!!! eu quero ver o pode do ivan em açao de novo pow!!!!
manda ele conjurar o capeta imaginário lah!!!!
=DDDDDdDDDDDD
flws!