Monday, March 12, 2007

Natureza Racional


Olá caros amigos Kojiros,
Vim aqui para falar um pouco sobre minha ‘opção religiosa’ em contraponto da realidade proposta por nosso caro amigo LG. Levando em consideração que o texto é um tanto grande para os padrões de blog e seu conteúdo um tanto específico e ‘difícil’, gostaria que você apenas lesse se houver interesse, caso não, pula pro do Xicolândia ali embaixo.
Primeiramente gostaria de citar algumas frases que foram importantes na minha vida, para que vocês possam sentir um pouco o impacto delas na vida de um garoto em crescimento não apenas físico, mas intelectual.

“Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada.”
Nietzsche

“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar.”
Freud

“Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.”
Charles Chaplin

“Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas.”
Napoleão Bonaparte

“Meu filho, o inferno é aqui e agora!”
Carmen Lúcia, minha mãe.

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.”
José Saramago

“A verdade nunca perde em ser confirmada.”
Shakespeare

“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.”
Joseph Campbell

“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.”
Mário Quintana

“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.”
Einstein

“Não há no mundo amor e bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.”
Nietzsche

Desde pequeno fui criado em uma família de católicos fervorosos, digo isso no âmbito que acerca a avós, tias e primos. Minha avó que esta viva até hoje, continua morando em frente a igreja de sua cidade e quando o padre falta é ela quem dirige a missa.
E sempre fui empurrado para a igreja com no melhor estilo ‘cale-se e reze, é isso que deus quer’. Mesmo sendo ainda uma criança comecei a separar o que me era dado e o que me era empurrado, mesmo sem consciência disso. Me lembro bem que nunca rezava para agradecer e nem para pedir, mas uma vez aos prantos pedi pela vida da minha mãe, pedindo que ela nunca morresse. Você acredita? Uma criança de no máximo 7 anos de idade já pedindo pela imortalidade? Penso em quão natural de um ser humano é esse desejo.
O tempo foi passando e eu crescendo, mas aquele ‘vazio no coração to tamanho de Jesus’ nunca apareceu e eu parei de mentir para eu mesmo, assumi uma postura frágil, mas para muitos radical, virei ateu. E fui além, com 12 anos sentado a mesa na hora do almoço falei frente ao meu pai e minha mãe: “Eu sou ateu! Eu não acredito nesse negócio de Deus!”. Meus pais não me repreenderam, mesmo eu vendo em seus olhares um receio tímido. Afinal nem eu mesmo sabia o que era ser ateu e por isso passei ainda muitos anos experimentando de tudo na minha vida.
Nunca tive contato com pessoas ateístas em minha vida, não mesmo. Tive primos que apreciavam as idéias, mas mesmo assim meu contato com eles foi próximo do nulo. Nunca tive também em minhas mãos livros a respeito nem nada parecido, portanto digo com clara verdade que a descrença em qualquer deus surgiu em mim assim como a dita ‘fé’ para os teístas.
Mas mesmo não tendo nenhuma real crença em seres sobrenaturais, tinha medo e receio. Muitas vezes questionado sobre minha religiosidade me vi respondendo que era católico, mais por medo de me expor do que por outra coisa. Para os poucos que eu dizia ser ateu me arrependi mais tarde, “Credo!”, “Tu é filho do Satanás!” e “É porque você ainda não encontrou Jesus!”. E me envolvi em diversos bate-bocas, pois sempre que houver uma pessoa sã e racional haverá um crente alienado e radical, para tentar converte-lo. E as pessoas me perguntavam:
“E quando você morrer você vai pra onde?”
(Um caixão seria digno o bastante.)
“E qual o nosso objetivo aqui?”
(Nós temos o poder de traçar nossos próprios objetivos, cabe a nós ser útil ou não em uma concepção maior de massa, ou apenas buscarmos nossos valores racionais, a busca, assim como a vida, é nossa)
“E seu espírito?”
(Vai pro mundo das fadas, duendes e todos os seres de Tolkien: pro mundo das coisas que nunca existiram.)
“E quem nos criou?”
(Talvez Karl Marx, talvez nós mesmos, talvez alienígenas, mas se você não sabe a resposta não me crie deuses para justificar sua falta de conhecimento.)
Quando não se conhecia o fogo ele foi dado como coisa dos deuses, será que vem daí a idéia de inferno? Cheio de fogo; Quando não sabiam o que havia nos extremos do mundo, disseram que seria infestado de demônios, quando dominaram o conhecimento geográfico tiraram os demônios do mar; Quando não se podia voar lançaram a terra dos deuses nas nuvens, quando chegamos lá vimos que não passava de vapor de água. Quantos de nós acharam chifres cavando no quintal? Quantos de nós viram anjos cair depois de trovoadas, e não me venham dizer que isso é estúpido, pois esse era o pensamento daqueles que inventaram o cada religião. O conhecimento foi expulsando cada vez mais a fé, como D’Holbach mesmo disse: “a religião é a arte de ocupar mentes limitadas”. O conhecimento trouxe o questionamento, como sempre trouxe. Se você quiser derrubar qualquer religião apenas utilize a razão, apenas aceite a racionalidade, não peço mais que isso.
E não aceito que me digam que ‘ateu é ateu por modismo’. Como bem colocou Antonio Vides Junior: “É difícil ser ateu. Encaramos a morte com olhos aterrorizados. A despeito de todos saberem que ela é inevitável, nós a encaramos como o fim de tudo. Não esperamos nada do além-túmulo. Não estamos indo ao encontro a deus ou a eternidade. Quando nos apaixonamos, não esperamos viver no paraíso ao lado de nossas esposas ou maridos. Tornar-se-á célebre a frase de Ann Druyan, viúva de Carl Sagan, um dos ateus mais respeitáveis dessa geração, ao falar da despedida do marido, no leito de morte: “Nenhum apelo a Deus, nenhuma esperança sobre uma vida pós-morte, nenhuma pretensão que ele e eu, que fomos inseparáveis por vinte anos, não estávamos dizendo adeus para sempre.” São palavras terríveis, mas sabemos que são verdade. Sabemos. A consciência ateísta, quando surge, nos eleva a uma percepção única. Passamos a enxergar a vida como a areia da ampulheta, que escorre inexoravelmente pela fenda. Não importa o quão correta tenha sido sua vida, no fim, a morte reina absoluta.”
A religião esta para mim como a mitologia esta para um católico. Qualquer católico ou evangélico ri da idéia de acreditar em Zeus, Thor e Bel. Na verdade o monoteísta é o ser mais próximo do ateísmo que existe, só falta um deus, apenas uma linha tênue para que ele possa se livrar das correntes da religião.
Religiões essas que pregam irracionalidades, se moldando com o tempo para estarem sempre prontas para conquistar seu rebanho. Um católico ri de um baiano que pratica o Candomblé, mas onde sua religião é melhor que a dele? Onde a sua pode ser provada e a dele não? É muito adequado acreditar em um deus incognoscível, ou seja, é muito oportuno acreditar em um ser sobrenatural que por sua própria essência nunca apareceu, nem nunca será conhecido, não se pode manter contato e nem se pode provar. É na realidade um amontoado de cartas formando um castelo, apenas assopre a racionalidade e verá que tudo desaba.
E se você esta preocupado em ir para o inferno apenas leia esse trecho de George H. Smith:
“Como argumento final – ou sátira de argumento –, penso que já devem ter ouvido sobre a aposta de Pascal algum dia. Blaise Pascal foi um famoso matemático, filósofo e teólogo francês. Ele bolou este argumento que, conseqüentemente, tornou-se bastante famoso, e consiste basicamente nisto: a razão não pode provar ou negar a existência de deus; considere as vantagens; se o ateísmo está correto, vamos morrer, nada acontecerá e nada perderemos; todavia, se o cristão está correto, os descrentes acreditarão no inferno eternamente. Assim, parece que as vantagens práticas estão no cristianismo. Nós apostaríamos no cristianismo porque as vantagens práticas são importantes. Se apostarmos no cristianismo e não houver um deus, não perderemos nada.
O primeiro problema óbvio com isso é que coloca de lado toda a questão da integridade intelectual, como se pudéssemos simplesmente mudar nossas crenças arbitrariamente sem sofrer qualquer dano psicológico, o que é simplesmente impossível. Seria necessário tamanho desprezo pela integridade intelectual para realizar esse tipo de coisa, que é inconcebível que alguém com o tipo de mente de Pascal sequer a proporia.
Mas eu gostaria de propor uma contra-aposta, chamada “aposta de Smith”. Eis as premissas de minha aposta:
1 – A existência de um deus só pode ser estabelecida por meio da razão.
2 – Aplicando os cânones do raciocínio correto à crença teística, chegamos à conclusão de que o teísmo é infundado e deve ser rejeitado por pessoas racionais.
Então vem a questão “Mas e se minha razão estiver errada neste caso?” – pois às vezes está. Somos seres humanos sujeitos a falhas. E se for o caso que existe um deus cristão que está lá em cima e que punirá por toda a eternidade a descrença nele? É aqui onde entra minha aposta. Suponhamos que você é um ateu. Quais são as possibilidades? A primeira possibilidade é que não existe um deus, e você está certo. Neste caso, você morrerá e tão-somente, não terá perdido nada, e viveu uma vida feliz na posição correta. Em segundo, pode existir um deus que não está preocupado com as ações humanas. Pode ser o deus tradicional do deísmo. Ele pode ter dado início ao universo e o deixado seguir segundo suas próprias leis, e neste caso você simplesmente morrerá e, de novo, isso será tudo, você não perderá nada.
Suponhamos que exista um deus que está preocupado com as questões humanas – um deus pessoal –, mas que é justo, se preocupa com a justiça. Se há um deus justo, este não nos puniria por acreditarmos honestamente num erro quando este não implica torpeza moral ou maldade. Se esse deus é o criador e nos concedeu a razão como um meio básico de compreender nosso mundo, então este se orgulharia do consciente e escrupuloso uso da razão por parte de suas criaturas, mesmo se cometessem erros de tempos em tempos – do mesmo modo que um pai benevolente se orgulharia das conquistas de seu filho, mesmo se este cometesse erros de tempos em tempos. Portanto, se existe um deus justo, não temos absolutamente nada a temer – não faz sentido pensar que tal deus nos puniria por uma crença equivocada.
Agora chegamos à última possibilidade. Suponhamos que exista um deus injusto, especificamente o deus do cristianismo, que não tem qualquer consideração pela justiça e que nos fritará no inferno, independentemente de termos cometido erros honestos ou não. Tal deus é necessariamente injusto, pois não podemos conceber uma injustiça mais odiosa que punir uma pessoa por honestamente acreditar num erro, quando esta tentou ao máximo distinguir a verdade. O cristão pensa que está numa posição melhor se esse tipo de deus existir. Mas devo salientar que ele não está em uma posição nem um pouco melhor que nós se existe um deus injusto. A marca da injustiça é o comportamento desregrado, um comportamento imprevisível. Se há um deus injusto que realmente se alegra incinerando pecadores e descrentes, então o que lhe daria mais alegria que dizer aos cristãos que serão salvos, apenas para depois tostá-los igualmente pela diversão – apenas porque lhe apraz? Se há um deus injusto, que pior injustiça poderia haver? Não é uma idéia tão forçada. Se deus está disposto a punir o ateu por uma simples crença errônea, não se pode acreditar que ele cumprirá sua palavra quando diz que não lhe punirá se não acreditar nele porque, de início, este tem uma veia sádica – certamente conseguiria extrair bastante alegria desse comportamento. Se existe um deus injusto, então estamos vivendo num universo que é um pesadelo, mas não estamos numa posição pior que a do cristão.
Novamente, se formos fazer uma aposta, poderíamos apostar no que a razão nos diz – que o ateísmo é correto, e seguir esse caminho, pois não se pode fazer nada a respeito de um deus injusto, mesmo se aceitarmos o cristianismo. Minha aposta diz que devemos em todos os casos apostar na razão e aceitar a conseqüência lógica que, no caso, é o ateísmo. Se não há um deus, estamos corretos; se há um deus indiferente, não sofreremos; se há um deus justo, não temos nada a temer pelo uso honesto da racionalidade; mas, se há um deus injusto, temos muito a temer – assim como o cristão.”
Com isso termino meu post, é claro que o texto acima não representa um terço de minha forma de pensar, até porque não poderia expressar anos de racionalidade em apenas um post, mas convido-os a refletirem sobre meu texto. E se precisarem de leituras sobre o tema posso recomendar. A única coisa que peço é que não questionem minhas descrença, afinal EU não tenho que provar nada, quem afirmou que deus existe foram vocês religiosos, quem tem que provar alguma coisa é vocês, não eu. Enquanto isso, vivo minha vida LIBERTO. Liberto de julgamentos morais, liberto de julgamentos sobre meus atos. Assim sou mais integro, assim sou mais livre para pensar e agir conforme virtudes que acredito. Essa é a minha realidade.


.Frederico Martins, Ateu.

14 comments:

Anonymous said...

O bom dos ateus é que são inteligentes o bastante pra afirmar que não sabem de nada. Por mim a pessoa pode acreditar noque quiser, Deus, Buda, Soul Society, Chakra, contanto que saiba ponderar certo e errado. Mas ja que tem gente que não sabe, acho muito bom que haja lugares por aih onde eles dizem pras pessoas "não mate", "não roube", etc, em troca de alguns trocados.
Discernimento é privilégio de poucos, e enquanto for assim, quem vai obrigar a massa a fazer o certo? . "se no final não há nada, porque eu não faço oque me da na telha?" .
O jogo precisa de regras, e de alguem que se certifique deque elas serão seguidas.
Dizer que entender isso te torna livre delas, é ignorancia. A unica coisa que você sabe é que não ha nada que te obrigue a segui-las. Não questiono tua opção, só digo que da mesma forma que você não mata, porque sabe que é errado, um cristão não mata porque acha que vai queimar no inferno. Onde aumentou a liberdade?

Anonymous said...

a historia do "matar" foi um exemplo, pode ser substituido por qualquer outro verbo cabivel (:

Anonymous said...

Acho que comentário de Einstein pode ser ambíguo a esse assunto, pois acredito que ele era cristão..
Sem tempo pra comentar meu ponto de vista agora.

Anonymous said...

Pois é amigo, Einstem era cristão sim.
Fora o fato, e quanto ao texto vos digo - Acho simplismente q o fato de uma pessoa não ter religião deve-se a este não aceitar a compreensão de tudo. Não que eu esteja dizendo q sou religoso, que vc não tenha a compreensão e muito menos q a religião lhe faz pairar sobre à verdade. O que digo é apenas q por não aceitar q tudo possa ter uma lógica irracional para acontecer, te resta apenas o ateísmo, onde te resguarda na idéia do nada e de que nós seres humanos só existimos por simples razão de existir como sereres evoluídos.
Mesmo com esses ideais, sei q há dias em que pega a tí mesmo acreditando em um "algo" maior, do qual tem medo, passando então a estudar a sociedade e tentar molda-la conforme teu ponto de vista, já que ésta, já está tão atormentada q é mais facil fazer com que acreditem no q diz do que acreditar em ti mesmo - Este nao é um comentario sobre alguem ou sobre uma religião especifica, mas sobre tudo.

"Só uma verdade é indubitável, a morte."

Anonymous said...

Quanto ao que o flp colocou eu descordo completamente."Não questiono tua opção, só digo que da mesma forma que você não mata, porque sabe que é errado, um cristão não mata porque acha que vai queimar no inferno. Onde aumentou a liberdade?" Uma coisa é eu seguir determinadas virtudes que pego para mim, tendo uma lei básica de dissernimento, se não quero pra mim não farei com os outros. Outra coisa é eu não matar porque um ser que nem se existe manda. DA no mesmo no final, mas pelo menos eu estou fazendo por um ato pensado e virtuoso, o outro só faz porque ta na bíblia. É muito mais fácil matar quando não se faz por motivos frágeis como a religião do que matar por motivos acionais que o voltam para sua personalidade e virtudes. Virtudes são suas qualidades, e estão inerentes à você sempre, religião é cultura.
Se você quer regras e alguem para certifica-las você já tem: código penal, civil....e polícia. Vai matar pra tu ver, num tem deus se manifestando, mas tem puliça.
Quanto ao Einstein não coloquei que ele era ateu, foram apenas citações, minha mãe não é ateísta.

Anonymous said...

Quanto ao que o flp colocou eu descordo completamente."Não questiono tua opção, só digo que da mesma forma que você não mata, porque sabe que é errado, um cristão não mata porque acha que vai queimar no inferno. Onde aumentou a liberdade?" Uma coisa é eu seguir determinadas virtudes que pego para mim, tendo uma lei básica de dissernimento, se não quero pra mim não farei com os outros. Outra coisa é eu não matar porque um ser que nem se existe manda. DA no mesmo no final, mas pelo menos eu estou fazendo por um ato pensado e virtuoso, o outro só faz porque ta na bíblia. É muito mais fácil matar quando não se faz por motivos frágeis como a religião do que matar por motivos acionais que o voltam para sua personalidade e virtudes. Virtudes são suas qualidades, e estão inerentes à você sempre, religião é cultura.
Se você quer regras e alguem para certifica-las você já tem: código penal, civil....e polícia. Vai matar pra tu ver, num tem deus se manifestando, mas tem puliça.
Quanto ao Einstein não coloquei que ele era ateu, foram apenas citações, minha mãe não é ateísta.

Anonymous said...

aê estou de volta o/
bixo esse negócio é complicado, prq eu acho que acredito em um ser maior que as pessoas sim. E mesmo que não existisse têm gente que necessita de uma fé, para pelo menos ter uma ilusão de que se pode conseguir alguma coisa e no caso mais coragem ás pessoas. Respeito quem é ateu, mas acho que toda pessoa devia ter um lado espiritual para trabalhar.

Anonymous said...

Me expressei mal, mas a ideia eh exatamente essa, da no mesmo. Acredito que essa discussão não vai chegar a lugar nenhum.

Anonymous said...

"Acredito que essa discussão não vai chegar a lugar nenhum."
Jah chegou cara! Alguns dizem: "Não se discute religião, futebol e política!" E eu digo: "Só se você não tem argumento!" Eu acho que dialogar sobre assuntos delicados e inteligentes como esses nos fazem pessoas melhores, não ateístas ou teístas, mas nos fazem ter conhecimento para colocar nossas idéias, não concordo com opiniões teístas, mas concordo com o posicionamento de todos vocês, só to tentando gerar uma discussão que nos anime intelectualmente.

Anonymous said...

tss

Anonymous said...

Não tenho religião, mas tambem não concordo com alguma ideias ateistas, por exemplo, sera que não existe nenhuma força (mesmo que não a descrita na Biblia) superior que aja aqui no nosso meio? não ver é motivo pra não acreditar?
Uma vez um cosmonauta, conversou com um neurocirurgião:
"eu jah fui ao céu muitas vezes, jah fui alem dele, e não vi nada la, nenhum deus, nenhum anjo sentado nas nuvens."
o neurocirurgião respondeu:
"eu jah abri muitas cabeças, mas nunca vi nenhum pensamento."
Talvez o homem precise aprender a enxergar.
Conseguimos entender o cérebro de uma minhoca, porque pra nós, é particularmente simples pois temos cerebro mais desenvolvido, mas a minhoca não consegue entender seu proprio cerebro, nem seu proprio papel na natureza. Não conseguimos entender nosso proprio cerébro, especulamos sobre como funcionaria os 10% que sabemos que usamos. Se existe um ser superior que nos entende, ele seria tão terrivelmente complexo que seria impossivel pra nos entende-lo , e mesmo que tenha nos criado e entenda nosso papel aqui, não poderia nos fazer entender, assim como não podemos fazer a minhoca entender o dela.
"
Um naufrago, Frode, tendo apenas um baralho como meio de distração, jogava paciencia todos os dias na ilha em que se encontrava. Varios anos se passaram, e Frode ja conversava com as cartas, tinha criado uma personalidade para cada uma. Um dia, andando na ilha, ele encontrou pessoas, elas tinham um naipe e um número, eram as proprias cartas de sua imaginação, haviam ganhado vida. Uma a uma elas foram aparecendo, coviviam com Frode todos os dias na ilha, e não faziam ideia de que ele os criara, nem se perguntavam a respeito. Mas um dia apareceu uma diferente, ela não tinha naipe, era diferente das outras que apenas viviam sem se importar, se perguntava o tempo todo sobre de onde haviam vindo, e quem eram eles, o coringa. O coringa, ser racional, descobriu que todos, inclusive ele, eram apenas parte da imaginação de Frode, o mundo deles era de mentira?. Coringa matou Frode, nunca seriam livres se não o fizesse, agora poderiam ser libertos para pensar e agir conforme quisessem, e não mais serem mera parte do subconsciente de Frode certo? errado. Eles sucumbiram todos, morreram junto com Frode." O coringa é um filosofo, e mesmo que tudo pareça imaginação impossivel, negar a ideia do criador é negar a da sua propria existencia.
Adaptado do livro "O Dia do Coringa".

Anonymous said...

Tenho vários motivos e pensamentos que me levam ao ateísmo, mas ainda sim por puro e simples medo me pego orando e pedindo a deus coisas as quais eu não tenho alcance nem poder. Não acredito que renegar a deus seria mata-lo, como aconteceu com o Coringa. Matamos nós a nós mesmos e tudo acaba simples assim, deus não vai se importar com a gente, nem vai deixar de existir. Mas matar o deus que existe dentro de nós me leva a concordar que seja uma forma de liberdade, pois dessa forma eu não tenho que viver um 'mundinho' que ele criou, como as cartas e Frode. As as cartas podem viver felizes sozinhas, só elas quererem. E eu da mesma forma quero, mas ianda sou o covarde o suficiente para pedir a deus os mais banáis desejos.

Anonymous said...

Só acho que se existe um deus e a gente não consegue compreende-lo por limitações físicas também acho que devemos ficar calados quanto ao que não conhecemos. Afinal sair por ai criando um monte de deuses é pura babaquice. E se deus nos criou por sport?! e se ele não ta nem ai pra gente? Ai a gente tem que rezar pra ele, pq?! Quem falou?!
E outra, nós não criamos as minhocas, se existe seres superiores a nós não prova que eles nos criaram.

Anonymous said...

É a isso que eu me refiro, quando digo que os ateus são inteligentes por afirmar que não sabem de nada, ao inves de afirmar o que não podem provar. Mas oque não concordo, é que não se abram a possibilidade deque exista algo, e afirmem categoricamente que não. Mesmo a ciência trabalha com teorias que não podem ser provadas nem derrubadas, leia-se "postulados", então crer na razão, não significa crer em tudo que se pode provar. È natural que talvez nunca entendamos nosso papel aqui, pois muito provavelmente entender esta alem da nossa capacidade. Não criamos as minhocas, mas podemos/poderemos criar, minhocas, ratos, ovelhas... porque seria dificil pra um ser superior criar seres humanos ?
A ciencia apenas descobre, e se maravilha cada vez mais com a perfeição do mundo, tudo isso, obra do acaso?