Thursday, July 03, 2008

De relance, Amaro olhou pro lado.

De relance Amaro olhou pro lado,

Como quem não quer nada,

E acha, deus, um tesouro ou o próprio diabo,

Ela parada ali se chamava Clara,

E com o olhar penetrante do homem,

Afrouxou o coração e sentiu a alma desarmada,

Amaro se aproximou e sorriu,

E com os olhos apaixonados pouca coisa viu.

Veria que ela retribuía o seu olhar,

Mas de difícil, charmosa, tentava posar.

Ele sem medo sussurrou e deixou levar,

O som doce de sua boca a convidava a aceitar,

Um drink, um anel, um casamento,

Uma vida, dois filhos e um homem para amar.

Os dois enlaçado tentavam se compreender,

Eram fogo, água, energia, poder.

Num turbilhão enevoado púrpura e degradê,

Num charme pomposo difícil de entender.

Mas Clara descobriu algo que a ofendeu,

O corpo de amaro não era bem seu,

Pois a boca não era sua, era divida,

Era também de um cigarro,

Do qual ele padecia.

E seu pé não era seu,

Pertencia ao gramado,

Que mulher que gostaria,

Ser trocada pelo Romário?

Mas ele era rápido, e também era honesto,

Tratou de remediar com o melhor remédio,

Aquele que sai da boca, que são as palavras,

Abriu a sua boca e poetizou sem medo e sem travas.

Disse “Clara, querida, não precisa se injuriar!”

“Você fala com um humano e não com uma estátua”,

“Sou forte e sou bonito, mas também sei mudar”

“Se não soubesse não tentaria, pela primeira vez”

“Em um bar, uma linda mulher ganhar”

“Ganhar com respeito e consideração”

“Como fez em 94, minha amada Seleção!”

Clara então sorriu e tudo ficou nos eixos,

Se bem que no amor quem tem certeza quebra o queixo.

O papo seguiu por horas, até o bar fechar,

Se dependesse dos dois,

Alí pra sempre iriam ficar,

Pelo menos no começo,

Antes de Amaro saber.

Toda mulher tem defeitos,

E que Clara não sabia perder.

Era tempo o suficiente para a paixão começar,

Suficiente para Clara,

Com Amaro não se irritar,

Pois ele intenso e sabe conquistar,

Mas se falar mal da Seleção,

É capaz até de alguém se machucar.

Se despediram os dois, pois tinham outros compromissos,

Fizeram juras de amor, trocaram telefones e sorrisos,

Amaro beijou seu rosto, querendo beijar mais,

Clara se segurou, para não cair nos braços do rapaz.

Ao sair do bar, um último olhar eles se deram

Foram cada um para um lado,

Assim como vieram.

Na primeira lixeira que Amaro encontrou,

Pegou seus cigarros, e sem dúvida, os lançou.

Do outro lado, Clara, parava em uma banca,

Comprava uma revista, e não era uma qualquer,

A revista era do Rei, rei do futebol, Rei Pelé.

Ao tempo que ela atravessa a rua saltitante,

Ele em outra era parado por um meliante.

Clara sequer ouviu o estampido,

Pensava que era a emoção,

Mas era o seu coração partido,

Que sangrava como sua paixão,

Em outra rua qualquer,

Estendido no chão.

Morto por um meliante por se recusar a entregar,

A carteira, com o bilhete, um número de celular.

Para Clara aquele dia era bom até pra repetir.

Para Amaro era um dia do qual jamais ia sair.

Ela, pensou, “Ah, Deus! Que felicidade!”

Ele, respondeu, “Ah! Deus, que maldade!”

6 comments:

Anonymous said...

suahsuhaushuahushau!
Tutah escutando muito gabriel pensador, aquela música do Brasuca, e tá um tanto emo..
hsuasuah
muito bom.
Abraço.

Anonymous said...

da pra entrar pro caju e castanha ja :P
ashsauhsa :D
ficou legal,
ja pensou em musicar ?

Fred Martins said...

Já. Não deu certo.

hauahua

Anonymous said...

"Num turbilhão enevoado púrpura e degradê"
uhaeuheauhuaehuaehuhaeuhae


Mas ficou massa. Bem Clarice Linspector.. =x
Ou não né?

uhaeuhaeiuhaeuh

Anonymous said...

"sensacional! brilhante!"
Le Monde

"desafiador, uma mistura de alguma coisa nunca vista antes"
The New York Times

"emoções a flor da pele, lembra uma canção do nxzero"
TiTiTi

"RETUMBANTE"
Pilar Brasil

André Rezek said...

nooooooooooosssaaaaa
sempre soube que vc era um grande pôetero fred :D
ahhahaiiaah
falando sérioo.. realmente gostei, algumas rimas ricas muito boas..
:D