America

De seu barco a vela, Cabral, no alto da proa, segurando o leme se pergunta se encontrará terras afinal. O rei já havia tirado metade de seus bens, ameaçando em último caso, lançar o próprio Cabral no calabouço. Afinal Cabral era um homem gordo, de espesso bigode em espiral que não havia nascido para o trabalho. Filho de fidalgos, nasceu sendo um burguês mimado, mas com a inesperada morte do pai, se viu encurralado. As dividas cresciam como os pelos de suas costas e decidiu trabalhar. Pediu então 1 frota inteira de caravelas, mas o Rei apenas lhe deu 3 barcos de médio tamanho, e deu a ordem clara, ou tu achas terra para meu reino, ou é para a terra que tu irais.
Cabral então vendeu um dos barcos, com o dinheiro pagou vários bêbados para lhe acompanhar na busca. Partiram no 4 raiar do sol, do verão de 1455. E 15 dias depois foram atacados por piratas espanhois, seus arquirivais. Na batalha, Cabral se destacou, mostrando grande braveja ao despejar insultos quando os espanhois iam ao longe com todo seu ouro:
- Seus putos, frescolitos! - Gritava em altos berros - Mariquinhas espanholas!
E os espanhois entre risos respondiam:
- Mira, mira! Cunha de la madre. Fili de bixa! Cala-te Manuél! - e começavam a rir.
O barco de Cabral navegou por mais alguns meses, com fome, sede. Mas antes que 80 por cento da população morresse. Avistaram terra. Cabral, então jogado no chão do barco, levanta-se , limpa o suor seco do rosto e diz:
- Félas da puta, veijo terra! - seu sotaque é carregado.
O barco se aproxima e a pequena porção de terra no meio do mar vai ganhando enormes proporções, até o esquivalente a todo um continente. Cabral, então salta na areia do novo lugar e diz:
- E esta pláca? O que dizz João Migél? - e então vira a face marcada de sol para João.
João se aproxima da aplaca cravada no meio da praia, a principio parece um pouco assustado, incrédulo perante o estranho objeto.
- Ô gajo, não tenho muita certeza, Cabral! - fala ainda com a cabeça entre os ombros.
- Diga logo este caraleo, portuga félo da puta! - Cabral deixa transparecer sua raiva e impaciência.
Miguel então se concentra na placa e lê:
- "Bem vindo ao Brasil, estacionamento privado, 5 moedas de ouro por barco."
- CARALEO, CARALEO, Alguem tem uma moéda, neste fin de mundo??
Todos os 5 tripulantes balançaram a cabeça negativamente. Cabral então começou a gritar, desesperado.
- Bando de desgraçados, terra de bixas, terra de bixas félas da putas, comerás a bosta do diabo, brasil do caraleo!
Cabral não viu que índios se aproximavam, só percebeu quando Miguel o cutucou.
- Tus são os donos destas terras de maricas?
- Não falas assim gajo, eles podem nos matar! - alertou Miguel.
- Esses caraleos não faam português imbecil!
Eram no total 30 nativos, todos com arco e flecha. O índio maior, que parecia o líder então disse ao pé do ouvido de outro índio ao seu lado:
- Rusvell, vai lá na maloca e pesquisa no Google se esses bixos ai são venenosos, se não forem pode trazer a AR-15, só pra assustar mesmo!




Frederico.