Tuesday, June 19, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 14.

A Moeda de Nora-Char



Capítulo 14 - Olhos Abertos

No quarto alugado Ivan tomava um longo banho. Tivera finalmente um dia tranqüilo, e acreditava que assim ficaria por alguns dias. Conseguira tirar os motoheads do seu caminho, pelo menos até o próximo acordar. Precisava agir rapidamente, e com cuidado, muitas forças pareciam querer impedi-lo de descobrir a verdade por trás de seu ‘inocente’ acordo com Nora. Mas se não fosse rápido sabia que Nora podia desconfiar de seu intento e um mal muito pior do que qualquer motohead passaria a persegui-lo.

Ainda era madrugada, mas Ivan achava que era a hora certa de ir embora. Saíra do banho enrolado num trapo sujo e começava a vestir um dos ternos.

- Esta na hora de irmos! – disse Ivan a Tomás, que roncava alto.

- Oaah! Ainda é madrugada, zumbi! – falou Tomás acordando. Um filete de saliva corria de sua boca.

Como era de costume Tomás resmungou, mas se levantou mesmo assim. Olhou para Ivan, sua cara estava toda amassada e sua barba desgrenhada, e viu que ele usava um dos novos paletós do museu, um todo branco, que o deixava ainda mais desconectado do mundo atual. A lua estava alta ainda, mas eles já haviam descansado, se não suficiente, o possível. Os dois haviam comprado mochilas novas, ou melhor, novas apenas para eles, raras coisas eram de primeira mão nos mercados da Cidade Cinza. Colocaram dentro delas as armas e munições que ainda funcionavam, comida para alguns dias, roupas e alguns acessórios.

- Você não acha melhor comprarmos um visionEye? – perguntou Tomás, que amarrava o grosso cadarço de seu coturno – Esses tais óculos-telefones?

- Essas bugigangas tecnológicas mal funcionam aqui, não funcionarão aonde a gente vai!

Tomás se demorou um pouco mais se vestindo e foi o último a sair do quarto, fechou a porta e desceu as escadas do pequeno e estreito apartamento. Ivan o esperava junto ao balcão de recepção. Antes de saírem, Ivan cuspiu na mão e bateu forte no balcão, a mulher deu um grito de susto e então se calou de súbito, órbitas sem vida. O zumbi abriu a mão e aguardou enquanto a mulher abria uma gaveta, retirou de lá um pequena bolsa, de onde tirou 5 moedas e pousou na mão de Ivan.

- Você é um vigarista! – condenou Tomás.

- Se você tivesse entrado na cabeça dessa mulher como eu entrei não falaria isso! Ou matar a martelo o próprio bebê não é crime?

- Você consegue ler a mente de uma pessoa? O passado? – falou Tomás com uma cara de espanto.

- Brincadeira! Eu sou um vigarista mesmo! – e abriu um largo sorriso.

Tomás fez uma careta, sentiu um pouco de inveja também.

- Agora entendo como você tem tanto dinheiro!

- Ossos do ofício!

Os dois desceram pelo centro até o Underground Express da cidade. No caminho, que durou uma hora de caminhada, tentaram ser roubados duas vezes. Uma delas foi resolvida com um embaralhamento de mente em dois mendigos que Ivan não se incomodou em proporcionar, já o outro terminou com um spikehead gemendo de dor pelo tiro que levara na mão esquerda, Tomás nunca fora de perder tempo com vândalos.

A noite era quente como sempre, por mais que a noite nas cidades fossem sempre escuras e mórbidas, as ruas eram bem iluminadas por milhares de luzes néon sem sentido, publicidade retro.

Passaram por uma longa avenida, tomando cuidado com os escombros de um antigo viaduto tombado. Dobraram em uma outra avenida e caminharam mais 20 minutos, as luzes iam se tornando mais fracas ao saírem do centro da cidade. O silêncio também se tornava mais presente ali, apenas intercalado por gritos longínquos e barulho de concreto se desprendendo dos prédios.

Ivan forçou a visão antes de ter certeza, foi o primeiro a avistar o buraco no chão. A escada. O lugar era fracamente iluminado por um poste na esquina, apenas uma placa indicava a estação: Underground Express. Andaram em direção a escadaria e então pararam, colocando as mochilas no chão, quase que automaticamente. Os dois não conversaram, já sabiam o que deveria ser feito, questão de bom senso, nada mais. Tomás tirou a .38, conferiu o tambor e a colocou presa no cinto acima das nádegas, nas mãos deixou firme a escopeta. Ivan meteu a mão no paletó e esfregou a moeda no bolso interno, depois tirou uma colt da mochila e a segurou na mão esquerda, com a mão direita pegou uma lanterna que havia comprado mais cedo, ligou e desligou ela algumas vezes, testando-a. Os dois olharam um para o outro, respiraram fundo e desceram as escadas, o submundo não era apenas abaixo da terra, era abaixo de toda e qualquer lei, regra ou sanidade. O melhor lugar para se levar uma facada na cabeça pelo preço de meia moeda.

- De acordo com a placa, se não houver nada errado o Express deverá estar entrando na estação em alguns minutos! – falou Ivan.

- Fique de olhos abertos Zumbi, e se for preciso use essa merda de chá! – disse Tomás, acariciando a escopeta em sua mão - Quem vive lá embaixo não tem interesse no Express, são apenas mais pobres com medo da vida daqui de cima, e você sabe, quem vive de medo sempre esta predisposto a fazer merda!



Capítulo 15 - Mundoabaixo

8 comments:

Anonymous said...

pow.. ^^
mto bem.. o próximo capitulo promete ein..
achei muito boa.. a parte que o ivan entra na mente da mulher no balcão lá.. :P deixo uma dúvida se ele leu o passado do tomás ou não ^^ pelo menos eu acho o.O
bom.. quero só ver o proximo :)
flwz ;D

Anonymous said...

pohha tinha escrito um comentário maceta e deu pau nessa merda de LAN House.

Mas é isso aê. Mais um ótimo capítulo.


>T

Anonymous said...

vish..
faz dois dias já ki isso ta aki :D
e só 2 comentários? :)
agora tem mais 1
iueohiuas ^^

Anonymous said...

4 agora paulo :)
auhsaush
gostei da parte que diz: "o submundo não era apenas abaixo da terra, era abaixo de toda e qualquer lei, regra ou sanidade"
pelo visto vai ter sangue no próximo!! as cenas de conflito são as mais fodas.

Anonymous said...

"...as ruas eram bem iluminadas por milhares de luzes néon sem sentido, publicidade retro."
gostei da frase!!!

mais um capítulo que enriquece a historia, aquele primeiro parágrafo tá o mais cheio de mistério, afinal quem seria Nora??? mais coisas estao surgindo e o mistério continua!!!
gostei, manda outro!!!

Gustavo Coimbra said...

Caramba!
muito bom!!
usahsuhau! muito bom o senso de humor
do ivan!!!!ahhahahaha

"quem vive de medo sempre esta predisposto a fazer merda!"... Muito bem dito!
adorei o capitulo frederico!
falous!

Anonymous said...

demorei pra comentar ashuash jah falram quase tudo que eu gostei nesse capitulo. Oque gostei mais foi "eu sou um vigarista mesmo" asuahaushas :D

Anonymous said...

ahiahiahihiahiaih
kraléo tah ficando cada vez + emocionante
tem que transformar isso em livro eim
vai fazer sucesso
^^
a cidade cinza já é uma cidade sem lei e ordem
esse mundoabaixo é pior?
Oo
cararro vamo ver sangueee
;D