Friday, June 22, 2007

A Moeda de Nora-Char. Cap 15.

A Moeda de Nora-Char


Capítulo 15 - Mundoabaixo


A vela iluminava a seringa nas mãos de Luis, a agulha entrou vagarosamente em seu braço, trespassando a pele até chegar na veia, do submundo para a grande gaia, pensou, ou pensaram, haviam muitas vozes em sua cabeça. Ele estava em um dos milhares de corredores do Express, estava tudo como sempre, escuro e sujo, onde não se via mais do que dois metros a frente. Luis pegou a vela e começou a caminhar pelo lugar escuro, pelo submundo. Tropeçava de vez enquando sobre as próprias pernas, fazia tempo que não controlava perfeitamente os movimentos. Muito menos os pensamentos.

Alguns corpos decoravam o chão do lugar, juntamente com o sangue nas paredes criando um cenário macabro, assustador, mas não para Luis, ele estava a um longo tempo ali, era sua casa, e de muitos outros seres. Ruídos se ouviam através das paredes, num intercalado som de bate estacas debaixo d’água, expulsando ininterruptamente o silêncio absoluto do lugar.

Luis caminhou até o salão de acesso da estação, na esperança de encontrar algum desavisado que decidisse ir para o mundoabaixo. Se encontrasse roubaria seus pertences, e depois mataria, certamente, não por crueldade, era algo mais puro, mais instintivo, por prazer. Com sorte seu possível visitante seria uma mulher que satisfaria, ainda, outros desejos. Fazia tempo ele que não via uma mulher, a última que encontrou estava morta a dias, mas quando Luis a penetrou jurou ouvir ela gemer de prazer, do submundo para a eterna e prazerosa gaia. Precisava urgentemente saciar alguns desejos, sem falar da própria fome e sede, a vida ali no escuro era subumana, mas ele não subiria as escadas novamente, ninguém que desce sobe. Lá em cima o sol era forte demais para seus olhos. Sua pele branca e sensível estava a alguns anos acostumadas ao úmido viver daquela caverna de concreto.

Passos ecoaram da escadaria, Luis pulou para trás de um amontoado de caixas de papelão e ficou com os olhos a espera de visita, de uma presa. Olhava para a escada com seus olhos embaçados. Viu primeiro as pernas, depois os braços e, por fim, as cabeças. Dois homens. Dessa vez comeria de suas carnes e beberia de seu sangue. Saciaria até mesmo seus mais íntimos desejos carnais com aquelas criaturas monstruosas do mundoacima. Luis caminhou lentamente atrás dos dois homens que haviam se dirigido para o corredor principal. Ria debilmente, mas baixo, ao mesmo tempo que fungava atrás de algum cheiro das suas presas, adorava sentir o cheiro doce de delas, as vezes gozava só em senti-lo, cheiro de coisa viva.

Um deles, Luis notou, tinha um rabo negro, que terminava em uma ponta de flecha, saindo de suas vestes brancas e pequenos chifres na cabeça. O outro tinha 7 vezes o tamanho de uma pessoa normal, não tinha lábios e gemia gulturalmente a cada passo.

Monstros! Comida para toda minha vida, comida de gaia, pensou Luis.

Os dois já estavam a meio caminho das portas de acesso do pátio do Express, Luis, que seguia escondido na escuridão, já tinha em sua mão esquerda um grande e afiado pedaço de vidro, teria que pega-los antes que eles entrassem na grande minhoca. Luis dobrou a direita e subiu uma escada curta, correu velozmente por um corredor no andar de cima, avistou algumas pessoas se esconderam enquanto corria, entrando nas salas do lugar, depois voltaria para matá-las, intrusos em minha casa. Desceu então uma escada a direita e ficou parado, com as costas coladas na parede, colocou a cabeça lentamente no corredor principal, avistou a luz de uma lanterna pairando no ar, os dois homens vinham em sua direção.

Apertou o vidro em sua mão até um filete de sangue correr entre os dedos, excitado. Enfiaria o objeto primeiro na cabeça do homem de branco e depois arrancaria as tripas do gigante. Já havia feito isso milhares de vezes ali embaixo, matava, mutilava, comia, trepava. Na ordem que o desejo pedia, as vezes fazia sexo com restos corporais, se inundado de sangue, prazer e insanidade.

Os passos denunciaram que os dois estavam a menos de dois metros. Luis abriu um largo e psicótico sorriso, firmou mais uma vez a arma na mão.

Gaia me dá comida essa noite!



Próximo Capítulo: Entre os mortos e vivos

6 comments:

Anonymous said...

gostei das descriçoes,o "mundoabaixo" ae bem macabro...gostei tambem do estilo da escrita, bem adjetivada.

tu ta ficando especialista em deixar a gente ancioso pela outra historia, por que sempre da a sensaçao que o que o virá é mais foda....

falows! :)

Anonymous said...

pilar falo tudo ae :)
fico macabro o mundoabaixo ó :P
oiuehas ^^
tua narração ta ficando cada vez melhor cara ;D

flw ae :)

Anonymous said...

Esse foi muito bom, sério :D
O nome do drogado é luis, conhecindencia?
No inicio pensei que o fato dele ver os dois como monstros, jah era um Char do ivan, mas agora vi que o cara é dopadão mesmo sahuashsa.

Anonymous said...

é um capítulo muito bom.. bizarro mesmo, necrofilia?! eca!
aushaushaush
mas a cada capítulo fica algo de "quero mais".. parabéns fred.

Gustavo Coimbra said...

Porra luis?!
ahsuahsuhuashuahsuah!
muito bom mesmo!
o cara transa com os restos as vezes? caralho!
melhorando cada vez mais hein?
falous.

Anonymous said...

ahihaiahihaihahaihah
xD
krarro que loco bixu
simm que o drogado é luis i com "s"
x]
já vow ler o outro
^^